“Não era aceitável ter uma estrutura da EBDA com custeio de R$120 milhões por ano”, diz secretário Jeandro Ribeiro

Após o candidato a governador ACM Neto (UB) usar como peça de campanha a extinção da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário (EBDA), na gestão do rival postulante ao Palácio de Ondina, Jerônimo Rodrigues (PT), enquanto secretário de Desenvolvimento Rural da Bahia (SDR), o atual gestor da pasta, Jeandro Ribeiro, disse que “não era aceitável ter uma estrutura da EDBA com custeio de R$120 milhões por ano”.

Segundo ele, as críticas proferidas pela campanha do ex-prefeito de Salvador refletem a falta de conhecimento sobre como é a vida no campo, de problemas que o agricultor familiar enfrenta, como a distância entre local de produção, agregação e comercialização. “Se conhecesse a Bahia, e visitasse os espaços da agricultura familiar, iria perceber os avanços que essa turma têm”, disse ao editor-chefe do Portal M! e colunista do A Tarde, Osvaldo Lyra, nesta segunda-feira (17).

Jeandro explicou que o atual governador Rui Costa (PT) extinguiu a EDBA e criou a SDR devido a baixa eficiência da empresa que comportava mais cargos administrativos, sem contato com o campo, do que técnicos atuantes, e com a pasta rural, políticas públicas começaram a chegar até o agricultor.

“Então, eu costumo falar, você quer saber se uma escola está funcionando? Vá perguntar a um estudante. Se você quer ver se as políticas públicas estão chegando no campo na Bahia, vá perguntar ao agricultor ou a agricultora. Vá perguntar à Dona Dilma em Caetité que recebeu uma unidade de processamento de derivados da mandioca, e quando ela está processando aquele produto ela fala claramente que nunca a enxergaram. E a assistência técnica é primordial, e aquela agroindústria só funciona por causa disso”, falou Jeandro.

De acordo com o secretário, os R$ 120 milhões da antiga EBDA era um custo alto para pouca atuação. Atualmente, a pasta SDR investe recursos, com orçamento próprio, que ultrapassam a casa dos R$ 3 bilhões.

“É só entrar nas contas públicas do estado da Bahia para ver isso. Custava tanto para uma empresa que tinha mais ou menos 1.200 profissionais na base, dentre eles pouco mais de 50% eram esferas administrativas, ou seja, não estavam em campo, e que era uma máquina pesada porque não conseguia captar recursos externos”, pontuou Jeandro.

“Então, ela estava praticamente com uma estrutura incapaz de absorver recursos externos e muito menos executar boa parte das políticas públicas que nós projetamos para os próximos 8 anos, que o governador projetou. Então, naquela equipe… O governador cria uma Secretaria de Desenvolvimento Rural, cria uma estrutura de assistência técnica e extensão rural, que é a Bahiater, ocupando o mesmo espaço onde era a antiga EBDA, e ampliando as possibilidades. Nós atraímos parceiros estratégicos para os municípios”, justificou o secretário.

Ainda de acordo com gestor, em comparação a EBDA, a SDR comporta cerca de 2.229 técnicos em campo, 23 contratos formais e mais de 67 novos, por meio de consórcios públicos, com entidades não governamentais. “A gente está falando de um ser que não existia na assistência técnica e extensão rural que nós introduzimos em 2015 que é o agente comunitário rural. É um jovem vindo daquela comunidade que acompanha os projetos e que é o elo entre a rede de especialistas que nós criamos com a base produtiva, que são os agricultores, e que compreendem esse total de 2.299 técnicos de campo”, falou o secretário.

“A turma que faz essas críticas não consegue perceber que a metodologia da assistência técnica e extensão rural ela tem que ser construída a partir de baixo para cima. É a realidade local, entendendo a distinção desses biomas, entendendo a realidade do agricultor”, completou na crítica.