Mussurunga, Bairro da Paz e São Caetano não seguiram as recomendações de isolamento social, avaliam jornalistas

A pandemia da Covid-19 mudou a rotina de todas as cidades do país. Em Salvador, mesmo sendo necessário seguir as medidas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar a propagação do vírus, foi registrado por diversas vezes na capital da Bahia festas clandestinas, como paredões que aglomeravam diversas pessoas, às vezes até sem o uso de máscara. Na celebração dos 10 anos do Jornal Massa, do grupo A Tarde, o veículo fez uma live com jornalistas dos bairros de Mussurunga, Bairro da Paz e São Caetano. O intuito foi discutir como estas localidades vivenciaram a pandemia. O debate foi mediado pelo colunista do A Tarde e editor-chefe do Portal Muita Informação, o jornalista Osvaldo Lyra. 

De acordo com o diretor do portal de notícias Mussucity News, Charles Dias, em Mussuranga as pessoas continuaram seguindo a mesma rotina antes da pandemia, na elaboração de paredões, festas, jogos de dominó, tais eventos que aglomeravam pessoas.

“Vivemos um tempo muito difícil em Mussurunga. Parece que a pandemia acabou, que a vacina chegou e outros bairros têm vivido essa experiência também. Foi muito difícil [manter as pessoas dentro da residência], porque elas não estão acostumadas a viverem presas em casa. Muitas tiveram problemas emocionais”,  conta Charles sobre o bairro onde atua.

O editor do portal Bairro da Paz News, Paulo de Almeida Filho, conta que os moradores do Bairro da Paz seguem a rotina na falsa sensação de tranquilidade. “Mas entendemos que o momento é crítico e não devemos flexibilizar nossa cautela. O bairro tem vivido dias muito difíceis. A pandemia chega em um período complicado para a população, onde estamos vivendo momentos de crise financeira e desemprego. Não temos essa cultura de nos resguardar”, disse completando que a doença afetou drasticamente a situação socioeconômica local. 

Em São Caetano não é diferente, como diz o jornalista do Jornal Massa, Everton Santos. Segundo ele, a localidade passa pelos mesmo problemas dos demais bairros populares de Salvador.

“As pessoas têm dificuldade de ficar em suas casas, de  ter essa aceitação. Existia um medo maior no início da pandemia e a sensação que a gente tem é que não precisa de vacina, que a máscara resolve o problema. As pessoas parece que se esqueceram de usar o álcool gel”, avaliou. Para Everton o fato do bairro ter muito comércio contribui para a falsa impressão de normalidade. “Parece que a vida está seguindo normal para as pessoas e que não estamos vivendo uma pandemia. Vale ressaltar que muitas vão a rua resolver assuntos, mas tem também a questão de paredões e festas”, completa.

Para Everton Santos, nem mesmo as medidas de restrição impostas pela Prefeitura foram eficientes no local.  “Você anda pelo bairro, vê lojas que não deveriam estar abertas e estão ali abertas e aí a população entende que se está funcionando normalmente dá para sair tranquilamente”, destaca.