Mês do Orgulho: igreja inclusiva acolhe LGBT’s e combate intolerância religiosa
Líder da Comunidade Cristã Inclusiva do Salvador (COCIS) ressalta que é aberta para heterosexuais também
Imagine ter que esconder quem você é de verdade? Viver em um eterno sofrimento só para garantir sua segurança e tranquilidade? Essa é a realidade de muitas pessoas por conta de sua sexualidade. Hoje, em novos tempos, é possível ligar a TV e ver a drag queen Pabllo Vittar cantar em horário nobre e Gil do Vigor fazer comercial para instituições financeiras. Mas, mesmo com mais representatividade, o preconceito e a violência continuam.
Para se ter uma ideia, segundo um levantamento feito pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), 237 integrantes da população LGBTQIA+ tiveram morte violenta no Brasil, em 2020, vítimas da homotransfobia. O ódio ainda é nítido.
Mesmo com mais representatividade e encorajamento para que LGBT’s tenham liberdade, em algumas igrejas cristãs o preconceito acaba afastando os fiéis. Há quem diga, por exemplo, que a mulher trans é endemoniada e tentam até fazer com que essa pessoa corte cabelo e mude as roupas, com o discurso de que ser quem ela é, não agrada o sagrado. É aí que surge a Comunidade Cristã Inclusiva do Salvador (COCIS).
A Comunidade foi fundada, em 2015, pelo pastor Luciano Santana com o objetivo de promover a radical inclusão de todas as pessoas. “Já fui taxado de herege, mas já estou acostumado e hoje eu até brinco: gosto que me chamem dessa forma porque é sinal que estou no caminho certo. Se eu não incomodasse as pessoas ficariam mais quietas”, afirma.
Luciano Santana é o pastor da COCIS
O pastor veio de uma família tradicional batista e sentiu a necessidade de fundar a comunidade. De acordo com ele, espaços como a COCIS são importantes. “Porque tem muitos LGBTQI+ que não querem negociar suas identidades, não querem ficar entre a cruz e o arco-íris. Alguns já tentaram percorrer outros caminhos, mas para alguns LGBTQI+ o cristianismo faz mais sentido”, diz o líder religioso.
Para o pastor Luciano, o cristianismo hegemônico ao longo de séculos foi excludente, homofóbico, misógino e conseguiu convencer de que os dissidentes sexuais não podem ser cristãos por causa desse marcador identitário. “Por isso que alguns [LGBTQI+] tem uma certa resistência ao cristianismo, por conta dessa violência”, explica o pastor.
Luciano ressalta que apesar do público alvo da igreja serem LGBT’s, por causa da violenta exclusão que sofrem, a COCIS é aberta para heterosexuais também.
“Nós não somos exclusivos, porque se fôssemos uma igreja gay, como é dito no popular, então entendemos que estaríamos cometendo a mesma falha que a maioria das igrejas tradicionais cometem, que são igrejas voltada para pessoas que são cis e heterosexuais. A nossa comunidade apesar de ser praticamente formada na sua maioria por LGBTQI+, está aberta para receber todas as pessoas, inclusive a heterossexualidade que entendemos que também faz parte da diversidade sexual. A gente não pode excluir”, pontua.
Mês do Orgulho
Perguntado se sofre preconceito por ser um líder religioso LGBT, o pastor diz que já aconteceu muito no início da fundação da Comunidade Cristã Inclusiva de Salvador. “Quando assumi minha identidade sexual e comecei o meu trabalho junto com a COCIS, alguns usavam as redes sociais para desfazer o trabalho”, relembra.
Luciano explica que a COCIS atua no combate a intolerância religiosa e estimula o diálogo inter-religioso. “Não demonizamos outras religiões que não sejam cristãs, promovemos o diálogo inter-religioso, com o intuito de reconhecer e respeitar o sagrado do outro.
Para o Mês do Orgulho há uma série de celebrações com participação de personalidades da comunidade. Os cultos estão acontecendo em formato online, todos os domingos às 16h, na página oficial da COCIS.
Leia também: Conheça os centros de combate à homofobia em Salvador
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