Médico preso por estupro no Rio está isolado em cela após ser hostilizado por colegas de cárcere

Giovanni Quintella Bezerra ainda pode responder por mais crimes


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Bruno Brito 13/07/2022 20:20 Cidades

O anestesista Giovanni Quintella Bezerra preso na madrugada de segunda-feira (11), após estuprar uma paciente durante cesariana feita no Hospital da Mulher Heloneida Studart, no Rio de Janeiro, está isolado em uma cela da Galeria F da Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8). A medida foi necessária por ele ter sido hostilizado pelos outros presos, que reagiram xingando-o e batendo na grade das celas.

Ele foi levado para o local na noite de ontem (12). A cadeia é responsável por receber os custodiados que têm nível superior.

De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti, na Baixada Fluminense, o anestesista pode ainda, ser indiciado por outros crimes, além do estupro de vulnerável, pelo qual já responde. Segundo ela, se ficar comprovado que Giovanni Bezerra aplicou tipos e quantidades desnecessários de sedativos na paciente, ele poderá responder por violência obstétrica.

No mesmo dia, o médico participou de mais dois partos. A vítima que aparece no vídeo e as outras duas ainda não prestaram depoimento porque a delegada aguarda um momento mais adequado para conversar com elas, que ainda se recuperam da cirurgia.

Ontem (12), a delegada ouviu algumas mulheres que também fizeram cirurgias com a presença do anestesista. Bárbara Lomba quer identificar se ele agiu sistematicamente, repetindo o comportamento em outras cesarianas, o que pode caracterizar crime em série. Profissionais das equipes que trabalharam com o anestesista também prestaram depoimentos e manifestaram estranhamento com o uso dos sedativos.

Prisão

Também na terça, em audiência de custódia, a juíza Rachel Assad converteu a prisão em flagrante do anestesista em preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. Giovanni foi denunciado pelo estupro de uma mulher durante o parto. O processo tramita em segredo de Justiça para preservar a identidade da vítima.

Na decisão, Rachel alertou para a gravidade do ato praticado pelo acusado, que, segundo a magistrada, nem se preocupou com presença de outros profissionais que estavam a seu lado, na sala de cirurgia.

“A gravidade da conduta é extremamente acentuada. Tamanha era a ousadia e intenção do custodiado de satisfazer a lascívia, que praticava a conduta dentro de hospital, com a presença de toda a equipe médica, em meio a um procedimento cirúrgico. Portanto, sequer a presença de outros profissionais foi capaz de demover o preso da repugnante ação, que contou com a absoluta vulnerabilidade da vítima, condição sobre a qual o autor mantinha sob o seu exclusivo controle, já que ministrava sedativos em doses que assegurassem a absoluta incapacidade de resistir”, afirmou.

Segundo a magistrada, houve brutalidade e crueldade na ação do anestesista, que foi divulgada em diversos meios de comunicação, o que demonstrou o completo desprezo do acusado pela dignidade da mulher, pela ética médica e pelo compromisso profissional que firmara não havia muito tempo.

“Em um parto onde a mulher, além de anestesiada, dava à luz seu filho – em um dos prováveis momentos mais importantes de sua vida – o custodiado, valendo-se de sua profissão, viola todos os direitos que ela tinha sobre si mesma. Portanto, o dia do nascimento do filho será marcado pelo trauma decorrente da brutal conduta por ele praticada, o que será recordado em todos os aniversários”, finalizou.

Cremerj

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) suspendeu provisoriamente o registro de Giovanni Quintella Bezerra, após ter acesso às imagens, que considerou gravíssimas, do estupro da paciente. Com isso, o anestesista fica impedido de exercer a medicina em todo o país. “A medida é um recurso para proteger a população e garantir a boa prática médica”, diz o Cremerj.

Além de suspender provisoriamente o exercício da medicina por Giovanni, o conselho instaurou processo ético-profissional que pode resultar na cassação definitiva do registro dele.

O presidente do Cremerj, Clovis Munhoz, ressaltou o compromisso da entidade de dar celeridade às providências sobre o caso, no que fosse possível, e disse que a suspensão provisória é uma resposta. “A situação é estarrecedora. Em mais de 40 anos de profissão, não vi nada parecido. E o nosso comprometimento não acaba aqui. Temos outras etapas pela frente e também vamos agir com a celeridade que o caso exige”, afirmou.

*Com informações da Agência Brasil

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