Maceió: região da mina 18 afunda 6 centímetros em 24 horas

Afundamento atingiu a marca de 1,99 metro, com uma velocidade de 0,25 centímetro por hora

Bruno Brito 07/12/2023 21:15 • Cidades

Nesta quinta-feira (7), a Defesa Civil de Maceió (AL) informou que o afundamento cumulativo do solo no bairro do Mutange, onde a Braskem realizava a extração de sal-gema, atingiu a marca de 1,99 metro, com uma velocidade de 0,25 centímetro por hora. O deslocamento vertical registrado nas 24 horas anteriores ao relatório foi de 6 centímetros. As informações são da Agência Brasil.

Diante dessa situação, o órgão municipal alerta para a persistência do risco de colapso do terreno acima da mina 18 da Braskem.

Técnicos do Ministério de Minas e Energia (MME), do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e da Agência Nacional de Mineração (ANM), que compõem a sala de situação do Governo Federal, estão na capital alagoana para análises diárias com base nos dados sísmicos da área fornecidos pelas Defesas Civis estadual e municipal, assim como pela Braskem, que monitora o local integralmente.

No relatório mais recente, os especialistas da sala de situação avaliam que o “quadro de instabilidade geológica em Maceió (AL) está em acomodação” e que está melhorando diariamente. Contudo, a Sala de Situação recomenda cautela máxima na região e monitoramento integral.

Por precaução, a Defesa Civil de Maceió recomenda que a população evite transitar na área desocupada até que uma nova orientação seja emitida pelo órgão, a qual ocorrerá após a implementação de medidas de controle e monitoramento para reduzir os riscos na região.

Em Brasília, o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira, destacou que a preservação da vida é a principal preocupação do governo federal nesse momento. A declaração foi dada após a desocupação das últimas 40 residências de famílias que ainda moravam na área afetada, dentro bairro do Mutange.

“Agora, naturalmente, nós vamos discutir, do ponto de vista de governo, como se darão os desdobramentos desse problema, que é um problema social, é um problema político e é um problema também técnico”.

Por meio dos monitoramentos feitos pela Sala de Situação, Alexandre Silveira disse que o Ministério de Minas e Energia tem informado a Casa Civil da Presidência da República, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e demais órgãos relacionados ao tema sobre cada movimentação do solo em Maceió.

“Estou presidindo a sala de situação e, se necessário, estarei em Maceió para poder avaliar com cuidado os possíveis danos que a exploração do sal-gema causou naquela região,” afirmou.

O ministro adiantou que assim que o presidente Lula (PT) chegar a Brasília, após participar da Cúpula de Chefes de Governo do Mercosul, receberá informações adicionais sobre a real situação em Maceió. “Para que possa avaliar a necessidade e a continuidade de medidas que já tomou, mesmo viajando, a fim de minimizar os impactos desse drama que vive a população de Maceió”, disse Silveira.