Lixo e entulho geram alagamentos no Lobato. Prefeitura quer mudar cenário na região

Transformar áreas degradadas da cidade em espaços de convivência, a exemplo do que foi feito na Lagoa dos Dinossauros, que agora virou ponto turístico no bairro do Stiep. 

Essa é a ideia de um projeto piloto da Prefeitura de Salvador que está executando a limpeza de um canal no Rio Lobato, na Avenida Suburbana, próximo a um motel da região (veja vídeo abaixo).

Neste caso em específico, a ação está ocorrendo em parceria com outros órgãos públicos, como a Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), que vai atuar no recolhimento do esgoto da região – descartado de forma irregular pelos moradores.

Além disso, o projeto conta com a parceria da empresa que está realizando as obras de construção do VLT do Subúrbio, ação do Governo do Estado e que terá o Lobato com um dos pontos de parada do modal. A expectativa é a de que naquela área seja construída também uma estação de integração entre ônibus e o novo sistema de transporte.

“Este projeto faz parte de um novo conceito de manejo dos recursos hídricos da cidade. Escolhemos o Lobato para dar início a esse projeto por se tratar de um ponto crítico da cidade, que há muitos anos vem sofrendo por conta dos alagamentos há mais de 40, 50 anos, entre outros fatores”, afirmou Marcílio Bastos, diretor de Manutenção e Infraestrutura da Secretaria Municipal de Manutenção (Seman), em entrevista ao Portal M!.

De acordo com o gestor, um estudo feito na região apontou que a águas das chuvas de diversas localidades de Salvador – Liberdade, Guarani, Alto do Peru, São Caetano e San Martin – acabam convergindo para aquele local e serem lançados no mar.

“Temos ali várias redes que se cruzam, mas que não tinham um cadastramento histórico, o que estamos sendo obrigados a fazer agora. Inclusive, durante uma das intervenções, uma adutora da Embasa acabou sendo atingida justamente por não se ter essa certeza de que ela existia”, disse Bastos. 

“Vimos também que o principal ponto de gargalo era é o de que o canal estava cheio de lixo – toneladas e mais toneladas – que vem sendo transportado pelo sistema de drenagem. Além disso, observamos também uma quantidade absurda de esgoto, quando o sistema foi projetado apenas para transportar águas pluviais e minadouros. Isso sem contar a ocupação irregular, o que tem dificultado a realização dos serviços”, salientou.

Contribuição

O estudo levou em conta também a questão social da localidade. De acordo com o diretor da Seman, foi feito um levantamento, em um raio de 1km, de todos os tipos de serviços oferecidos na região para que eles possam ser alocados no futuro espaço de convivência, cujo modelo é baseado na Lagoa dos Dinossauros, no Stiep.

“Temos ali uma área com potencial ambiental, que hoje está morta, mas com capacidade de entrega e melhoria da qualidade vida extraordinária. A Lagoa dos Dinossauros é uma referência, um modelo pra gente e que nós vamos implantar na região do Rio Lobato. Toda a população será beneficiada”, comentou Marcílio Bastos. 

“Além disso, no final, a gente espera que toda aquela água que passa depois de uma estação de tratamento da Embasa e que vai ser lançada no mar, tenha uma qualidade que não comprometa o equilíbrio. Este é um projeto contínuo, que vai evoluir constantemente. Estamos mexendo onde ninguém quer mexer, pois é um local que não é visto, considerado um submundo”, acrescentou.