Leo Prates pede cautela na liberação de máscaras em Salvador e aponta os principais gargalos
Ao deixar a SMS, secretário acredita que o problema com a saúde mental é o grande desafio que a pandemia de Covid-19 deixou para a cidade
Salvador enfrenta pouco mais de dois anos da pandemia da Covid-19 sem que o sistema de saúde tenha entrado em colapso. Passada a fase mais crítica da crise sanitária, em maio de 2020, a cidade agora, segundo o secretário municipal de Saúde, possui indicadores que apontam que o surto da doença está sob controle na capital baiana.
No entanto, Leo Prates aponta dados que podem acender o alerta vermelho, tais como a baixa cobertura da terceira dose, possíveis transmissões de síndromes gripais e as sequelas da Covid-19.
Leo se despede da Secretaria Municipal da Saúde para assumir sua cadeira na Assembleia Legislativa da Bahia, a fim de se descompatibilizar para concorrer a uma vaga na Câmara Federal em outubro. Ele, que assumiu a gestão da pasta em junho de 2019, afirmou sair do cargo com a sensação de dever cumprido, e acredita que deixa as secretaria preparada para que o seu sucessor consiga avançar ainda mais na qualidade dos serviços de saúde do município.
Mesmo com o fator de retransmissão 0,23 na cidade, o que deixa a situação da doença sob controle no município gerido por Bruno Reis (União Brasil) – já que o ideal é até 1-, é preciso que o esquema vacinal seja concluído para evitar o crescimento de casos da Covid-19. Com o objetivo de sanar esse problema, Leo Prates conta que a equipe da SMS corre atrás das 600 mil pessoas que ainda não receberam a 3º dose.
“Nosso indicador é de 55% [de vacinados com as três doses], o ideal é ter 80%, esse é o indicador do epidemiologista e isso preocupa bastante”, afirma o agora gestor da pasta.
Os dados apresentados por Leo Prates, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, o jornalista Osvaldo Lyra, apontam que a cidade possui 96% da população com a primeira dose, 92% com a segunda. Referente a imunização infantil, são 101% das crianças de 12 a 17 anos vacinadas e das crianças de 5 a 11 em 70%. Segundo o político, a meta é até final de abril deste ano chegar a 80%, o número indicado pelos epidemiologistas.
Retirada das máscaras
Leo Prates pontua que Salvador não tem nenhum indicador de Covid-19 que aponte a necessidade de manutenção do uso das máscaras. Para ele, tanto se o prefeito Bruno Reis, quanto o governador Rui Costa (PT) quiserem liberar o uso de equipamentos em ambientes abertos, a medida já pode ocorrer.
Leo, contudo, pede cautela para que o decreto seja dado após abril, já que conforme o ex-secretário, historicamente este mês é o de maior avanço de síndromes respiratórias. Por conta disso, a Prefeitura já inicia o esquema de imunização contra a gripe a partir do dia 4.
“Eu ponderaria e seguraria o mês de abril, porque é o pico histórico de síndromes respiratórias mesmo antes da pandemia. Nós podemos ter um pico de atendimentos de UPAs e postos de saúde. O meu receio é que você retire as máscaras no pico de síndromes respiratórias que sugere uma alta de atendimentos, uma pressão grande sobre as UPAs, postos de saúde e o tempo de atendimento e qualidade de atendimento à saúde piore na Bahia inteira. Eu não acredito num pico de internações hospitalares, mas eu acredito num pico de atendimentos. Por exemplo, paciente buscando inalação”, explicou Prates.
Tratamento de comorbidades e sequelas da Covid-19
Com a pandemia muitas comorbidades deixaram de ser tratadas e o ex-secretário reconhece que esse é um problema que preocupa a Saúde de Salvador. Entre os gargalos ele destaca a saúde mental dos soteropolitanos, internações de pacientes com câncer e outras doenças.
“Nós inauguramos o primeiro CAPS 24h de Salvador. Colocamos um novo serviço de saúde mental no Multicentro da Carlos Gomes, mas nós ainda precisamos avançar muito na questão da saúde mental. Eu acho que essa questão vai ser um grande problema, além disso nós estamos preparando uma rede de leitos de urgência e emergência, porque o paciente que tinha sofrimento mental e não se tratou, ele já vai chegar agravado. Nós já temos na UPA da Cidade Baixa, por exemplo dois leitos de atendimento para urgência em atendimento psicológico. Temos dois psiquiatras lá”, fala Leo.
O ex-secretário acredita que o problema com a saúde mental será o grande desafio que a pandemia deixou na cidade. Outro impacto causado pela Covid-19 são os pacientes oncológicos que ficaram com medo de pegar a doença e com isso não realizaram o trataram contra o câncer. Com isso, já estão chegando nos hospitais muito agravados.
“Nós tivemos um problema em Salvador. A venda do São Rafael para a Rede D’OR, tirou um hospital oncológico. Um dos projetos aqui que eu deixo é transformar o Hospital Sagrada Família em um hospital oncológico pra cidade de Salvador, não sei se o prefeito Bruno Reis vai abraçar, mas é o que nós [equipe da Saúde] pensamos. Nós estamos ampliamos o contrato do Aristides Maltez. Eu acho que a oncologia já está sendo um problema. São pacientes de longa permanência, é um paciente que dificulta muito o giro de leito e é um paciente que tem que ser olhado com carinho”, explica.
Leo cita que a cidade está recebendo uma avalanche de pacientes com câncer nas UPAs. “Lembrando que a gente não recebe só Salvador. Na nossa responsabilidade no SUS não é só Salvador, é toda a região metropolitana de Salvador, mas a gente recebe pessoas da Bahia inteira”. Os problemas não param por aí, há também, de acordo com Leo Prates, outro gargalo, os pacientes vasculares que chegam agravadas.
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