Jovem ameaçado por filmar ação em Paripe deve ser incluído em programa de proteção

Depois de filmar uma agressão de um policial militar a um adolescente de 16 anos, durante uma abordagem no último domingo (2), em Paripe, um jovem passou a ser alvo de ameaças e deve ser incluíndo em um programa de proteção à Defesa dos Direitos Humanos.

Em entrevista ao portal M!, o jornalista Yuri Silva, que faz parte do Coletivo de Entidades Negras (CEN), grupo que atua na garantia dos direitos da população negra, disse que o rapaz é militante da equipe  e que medidas já foram tomadas para preservar a vida dele.

“Estamos dando todo o acompanhamento. Ele disse que recebeu diversos áudios de amigos, vizinhos e colegas relatando que os policiais já sabiam que tinha sido ele que gravou, que tinha uma viatura da PM em frente a casa dele e que ele não deveria ir para lá. Assim, nós tiramos ele de casa”, afirmou.

Silva informou que o secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, já foi noticiado do fato.

Além da entidade baiana, organismos internacionais como a ONU e a OEA já foram cientificados da questão. “Estamos em diálogo com a Defensoria Pública e tivemos uma reunião com a PM, que prontamente recebeu todas as nossas sugestões”, disse o integrante do CEN.

Questionado sobre a operação policial do último domingo, Yuri Silva disse que a mesma ação foi baseada no racismo e na negação da identidade do jovem que foi abordado pelos agentes.

“A ação foi desastrosa, que trata de criminalizar a pobreza, a população negra e o território das periferias, diferente do que ocorre nos bairros nobres. Este não é um fato isolado”, criticou.

O jornalista disse ainda que espera que os policiais envolvidos na ação sejam punidos. “Mas a punição, por si só, não resolve. É preciso que sejam feitas uma série de ações, de formações e de reciclagens para que esses casos venham a diminuir cada vez mais”, desejou Silva.