Joaquim Nery diz que ausência do Carnaval ajuda a empobrecer ainda mais Salvador

O diretor da Central do Carnaval, Joaquim Nery, projetou, mesmo que ainda exista uma indefinição, os prejuízos econômicos e sociais que o cancelamento, pelo segundo ano consecutivo, de uma das maiores festas de rua do mundo pode trazer para a cidade. Segundo Nery, a população mais pobre de Salvador vai ser a mais impactada com o cancelamento da folia momesca.  

“A economia de Salvador tem uma movimentação muito grande no Carnaval. E grande parte dessa economia circula nas mãos daqueles que mais precisam. São os taxistas, ambulantes, mototaxistas. Essa turma sempre teve no Carnaval a forma de tirar o décimo terceiro, quarto, quinto salário. Muitas vezes o ganho no Carnaval equivaleria ao ganho de quatro, cinco meses. E agora são dois anos seguidos sem essa atividade. É um prejuízo muito grande”, avaliou em entrevista ao Portal M!.

Questionado, na sexta-feira (17),  mais uma vez sobre a realização da festa, o prefeito Bruno Reis (DEM) admitiu que se sua decisão tivesse que ser tomada hoje, não permitiria que a festa acontecesse, já que a cidade passa por um surto de gripe e o país já contabiliza casos da ômicron, variante da Covid-19.

Conforme Joaquim Nery, para além dessa justificativa do prefeito, houve um viés político que acabou trazendo prejuízo para a festa.  “Nós sabemos que houve um viés político forte que acabou trazendo prejuízo grande ao Carnaval. Esse prejuízo acaba resvalando nas questões sociais. É visível nas ruas o impacto disso. A ausência do Carnaval ajuda a empobrecer ainda mais a cidade”, finalizou.