Instituto Butantan investiga sumiço de filhote de naja em São Paulo

Apesar de possuir um veneno poderoso, o animal não representa tanto perigo por ainda ser um filhote, segundo a assessoria do Butantan

Bruno Brito 22/05/2024 20:44 • Cidades

Um filhote de naja desapareceu do laboratório de pesquisas do Instituto Butantan, na Zona Oeste de São Paulo, há cerca de três semanas, e o sumiço está sendo investigado. A cobra é descendente do primeiro grupo dessas serpentes que chegou ao local.

Conforme apuração do UOL, apesar de possuir um veneno poderoso, o animal não representa tanto perigo por ainda ser um filhote, segundo a assessoria do Butantan. A entidade também informou que todas as cobras recebem um microchip de rastreio ao chegar à fase adulta. No entanto, por se tratar de um filhote, o animal ainda não tinha chegado à idade ideal para receber a tecnologia, fator que dificulta a confirmação de seu paradeiro.

A assessoria também sinalizou que a probabilidade de que o filhote tenha ido até uma área com trânsito de pessoas é remota. Isso porque o local onde a cobra sumiu é distante de área de visitação pública, frequentado somente por profissionais e pesquisadores.

Principal teoria

A principal teoria para o paradeiro da naja, é de que a mesma tenha entrado por um ralo e que, caso conseguisse sair do encanamento viva, cairia em uma área de mata em que estaria vulnerável a outros bichos, apesar de não ter um predador natural, especialmente por ser filhote.

“Tende a ser um animal mais agressivo, mas era um filhote, temos que ter isso em mente. A principal teoria é que ela entrou no ralo usado para limpeza, em que a água escoa por ali. Em uma possibilidade remota de ela não ter morrido nos canos, ela pode ter sido predada por outro animal, como o saruê (um tipo de gambá) e teiú (um gênero de répteis)”, disse a assessoria.

No Instituto, ela estava armazenada em um recinto de plástico com furos, que funcionam para respiração. Apesar de ser pequena e possuir “menos de 40 cm”, a cobra não conseguiria fugir por esses espaços.

“Não existe uma vigia 24 horas, mas quem trabalha no laboratório, toda vez que começa o expediente, faz uma chamada pra ver os animais, foi em uma dessas (que perceberam)”, justificou a assessoria em nota.

O Instituto está fazendo uma apuração interna para tentar esclarecer detalhes do sumiço e afirma que há um plano de contingência do local para situações do tipo. Ele é responsável por grande parte dos soros antiofídicos e vacinas produzidas no Brasil, inclusive contra o veneno da naja, e também realiza estudos clínicos, terapêuticos e epidemiológicos relacionados a acidentes causados por animais peçonhentos.