Ilê Aiyê repudia ação violenta da Guarda Municipal contra Deusa do Ébano

Neste domingo (13), o bloco afro Ilê Aiyê usou as redes sociais para repudiar uma ação de um agente da guarda municipal de Salvador contra a Deusa do Ébano, Gisele Soares. A professora de dança afro relatou em um vídeo uma ação truculenta que sofreu de um guarda municipal, na última sexta-feira (11).  

Segundo Gisele,  o guarda municipal chegou ao local querendo estacionar a viatura no passeio onde ela estava com os amigos.  “Eu junto com mais três amigos, fomos violentadas por um guarda municipal. Ele chegou, não buzinou, não pediu boa tarde e não pediu licença. Ele começou a xingar”, relata. 

Conforme a Deusa do Ébano, por não perceberem que estavam impedindo o acesso à vaga e sem ouvirem nenhuma buzina ou manifestação do agente municipal para abrirem espaço, eles foram agredidos verbalmente. 

No comunicado o bloco afro diz ser “inadmissível que uma instituição que deveria dar segurança a população atue dessa forma. Precisamos saber se estas pessoas estão realmente preparadas para portar armas de fogo”.

Guarda Municipal se manifesta

Por meio de nota, a Guarda Municipal se manifestou sobre o ocorrido. De acordo com o órgão a instituição já solicitou apuração do fato. 

“Quanto a denúncia de que a abordagem teria sido realizada de maneira ofensiva, pelo fato de ser uma pessoa negra, o órgão ressalta que os agentes recebem treinamentos e orientações voltadas para o combate ao racismo, em ações de parceria com a Secretaria Municipal da Reparação. O agente será acionado para prestar depoimento, conforme previsto em lei, onde está previsto o direito de ampla defesa, bem como a denunciante será convidada para formalização da denúncia e os fatos possam ser apurados e esclarecidos pela Corregedoria da instituição”, diz nota.

Confira a nota na íntegra do bloco:

O Ilê Aiyê vem a público repudiar a ação da Guarda Municipal de Salvador, que na última sexta-feira, dia 11/02, ameaçou, ofendeu e humilhou a nossa Deusa do Ébano Gisele Soares.

É inadmissível que uma instituição que deveria dar segurança a população atue dessa forma. Precisamos saber se estas pessoas estão realmente preparadas para portar armas de fogo, pensamos que não.

O Ilê Aiyê, essa semana, irá se reunir com as instâncias superiores, da Prefeitura de Salvador, para tratar sobre esse assunto.
Não é a primeira vez que nós somos abordados dessa forma, na região do Pelourinho. Como Gisele fala no vídeo, será que se fosse um grupo de pessoas brancas, eles agiriam da mesma forma?

O Ilê Aiyê se solidariza com a nossa Rainha e exigimos um posicionamento da Guarda Municipal de Salvador.

 

 

 

 

 

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