Fonoaudióloga explica de que maneira a voz pode ser utilizada para elucidar casos criminais

A voz e expressão facial também pode ajudar a desvendar casos criminais. Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, nesta quinta-feira (15), Valéria Leal, fonoaudióloga forense e perita judicial de arquivos relacionadas a áudio e video, contou como funciona toda a avaliação nestes casos.

“Não só a voz para desvendar, mas também ilucidar vários casos entre eles de sequestro, estupro, lavagem de dinheiro, dentre outros. A gente precisa, pode e deve sim fazer essas investigações, é a fonoaudiologia a favor da justiça. Nós podemos identificar pessoas através da voz, ver conteúdos que são gravados as vezes em uma condição muito ruim de video, podemos fazer o melhoramento de áudio, saber se ele foi manipulado ou não”, explicou. 

Valéria Leal comentou que as pessoas estão despreparadas para se comunicar. Em um panorama feito pela especialista sobre o horário eleitoral, ela contou que falta um preparo básico em grande parte dos candidatos ao se comunicar com seus eleitores.

“A gente ver por exemplo, no horário eleitoral gratuito, gestos repetitivos relacionados a saúde, educação, transporte, pessoas que tem um olhar totalmente duro ou estão lendo o teleprompter. Pessoas sem expressividade, com a voz rouca, áspera, soprosa, falando muito baixo ou então com gestual todo alto, isso é uma falta de preparo básico para quem quer expressar e comunicar suas ideias, valores, objetivos. Vemos um conjunto de pessoas, muitas vezes despreparada até para se comunicar justamente com seus eleitores.”

A fonoudióloga também avaliou a comunicação dos candidatos presidenciáveis nestas eleições. “Baseado nos debates dos candidatos presidenciáveis, no ponto de vista de comunicação, cada um deles apresentam características muito originais com personalidades, e cada temperamento de uma determinada forma”, disse Valéria ao abordar alguns quesitos da sua análise.

“Jair Bolsonaro apresenta uma articulação com desvio de mandíbula, onde possui uma dificuldade articulatória que poderia ter sido corrigida. Já Simone Tebet, tem uma comunicação eficiente, uma dicção clara, utiliza muitas ênfases e precisa trabalhar um pouco o debate no vocabulário menos acadêmico. Lula apresenta uma linguagem muito espontânea e com problema vocal muito grande, voz áspera, soprosa e rouca, o que acaba ficando em grande parte sem voz”, comentou.

*Confira a entrevista na íntegra: