“Falta sensibilidade do Governo Federal com a Osid”, diz Maria Rita ao afirmar que não recebem “há 3 anos o aporte emergencial do Ministério da Saúde”

Segundo Maria Rita, o Governo do Estado e as demais doações tem contribuído para que os serviços não fosse interrompidos


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redacao 19/09/2022 11:59 Cidades

O déficit das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) pode chegar perto da casa dos 40 milhões até o final deste ano e isso porque, segundo explicou a sobrinha de Santa Dulce e gestora da Osid,  Maria Rita Lopes Pontes, o fluxo de caixa é fixo, mas as despesas são voláteis e mudam a cada mês, sem contar o valor de repasse do Governo Federal por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), que não sofre reajuste há cerca de 20 anos.

“O desequilíbrio vem mesmo deste contrato maior do Hospital Santo Antônio com o Governo Federal, a tabela do SUS que não sofre nenhum reajuste há 20 anos, e o contrato do SUS que não tem reajuste há 5 anos. Então, daí o desequilíbrio das Obras Sociais. Se não fossem as doações e o apoio de toda a sociedade, pessoas físicas, principalmente, se fosse uma outra empresa, já teria fechado suas portas”, explicou Maria Rita em entrevista com Osvaldo Lyra, editor-chefe do Portal M! e colunista do jornal A Tarde.

Segundo a gestora, a Osid tem um único contrato firmado com a prefeita de Salvador com a prestação de serviço na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santo Antônio, na avenida Dendezeiros do Bonfim, no bairro de Roma. Já com o Governo do Estado, a missão tem um contrato de plano operativo, além de parcerias para gerir os hospitais do nos municípios de Barreiras, Santa Rita de Cássia, Irecê, Lauro de Freitas, Juazeiro, e o mais recente de Paulo Afonso.

“Esses contratos como organização social estão equilibrados. Não há nenhum desequilíbrio financeiro, porque eles têm reajuste a cada ano, e o governo não permite que haja perdas para a instituição que está administrando. Então, a gente não tem problemas com eles. Fazemos isso por uma questão de levar a missão de Santa Dulce para outros locais. É um trabalho que nos permite também crescer, ampliar a nossa missão, dar oportunidade de trabalho a outras pessoas, na cultura Dulcíssimo, de Santa Dulce”, falou Maria Rita.

Então, conforme a gestora da Osid, o problema se agrava por uma ‘falta de sensibilidade’ por parte das gestões federais, uma vez que instituições filantrópicas, como as Obras Sociais e o Hospital Aristides Maltez (MAM), em Salvador, por exemplo, suprem a falta de atuação do estado e município. Com isso, Rita apontou que é preciso que as autoridades do país tenham um olhar diferenciado para este setor que atua como um braço auxiliar do governo.

“Isso, falta sim sensibilidade, não é de hoje, não. Nesses últimos 3 anos, a gente está sofrendo mais, porque não houve aporte. Mas é uma luta constante de todas as filantrópicas do Brasil para que tenham um olhar pela saúde. Nós fazemos muito o papel do estado, nós que eu digo todos os filantrópicos, santas casas do Brasil, todos estamos fazendo o papel do estado também. Então, é preciso que os governantes, ministros tenham um olhar diferenciado, porque quando o presidente precisou em Minas Gerais, Juiz de Fora, ele contou com o apoio dos filantrópicos. Os filantrópicos fazem um papel essencial na área de saúde”, falou Maria Rita, sobrinha de Santa Dulce. 

O trabalho das Obras Sociais fala por si só e os números reforçam a sua importância, sobretudo, para a população menos favorecida de Salvador e adjacências. São mais de 23 mil cirurgias, mais de 43 mil internamentos por ano, mas para que essa engrenagem possa funcionar, faltam recursos. De acordo com Maria Rita, a instituição tem contratos congelados há cinco anos e há três que não recebe o aporte emergencial do Ministério da Saúde (MS), além dos dois anos de pandemia de Covid-19, que agravaram ainda mais a situação da instituição. 

“Qualquer pessoa, mesmo que não seja um administrador, consegue entender. Receitas congeladas e custos aumentando cada dia mais com a inflação, com a pandemia, impactou diretamente a área de saúde. Enfim, não está sendo fácil. Não recebemos há 3 anos o aporte emergencial do Ministério da Saúde. O último foi no ano da canonização. Esse aporte ajuda a melhorar a situação financeira, mas ele não aconteceu. E graças à sensibilidade do governador Rui Costa, que nos deu um socorro. Foi para dar um fôlego”, disse Maria Rita.

Conforme a gestora, o governo do estado tem dado um suporte de R$ 1,7 milhão ao mês para tentar sanar o déficit. “O déficit hoje está em 1,5 milhão, graças a esse aporte diminuiu, e a gente está tentando levar da maneira que pode, com a ajuda dos empresários, de toda a sociedade, para que as Obras mantenham todos os atendimentos, que aumentaram também depois da pandemia, o número de cirurgias, atendimentos ambulatoriais”, comentou a superintendente das Obras Sociais Irmã Dulce.  

E o trabalho da missão não se restringe apenas na área da saúde, mas também na educação. “Irmã Dulce foi uma visionária quando ela resolveu atuar nessas duas áreas. Não adianta você trabalhar só na saúde, se você não der uma educação de qualidade para essas crianças e jovens. Lá em Simões Filho nós temos um centro educacional com 940 crianças e adolescentes hoje. E através do programa Adote uma Turma a gente espera até o final do ano conseguir também um equilíbrio na educação. A educação também é muito difícil. Não tem convênio como o do SUS, então a gente tem que correr atrás de recursos para bancar essa escola de tempo integral”, completou. 

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