“Eu gosto de gente”: conheça a história de José Medrado, fundador da Cidade da Luz

Desde os primeiros anos de vida, José Medrado sentiu o chamado para ajudar aqueles que mais precisavam. Nascido em Salvador, suas experiências mediúnicas despertaram um ideal profundo de assistência aos menos favorecidos. Esse chamado, despertado na infância, se transformou hoje na grandiosa Cidade da Luz, uma instituição que ilumina as vidas de milhares de pessoas com seu trabalho espiritual e social. Em entrevista ao Portal M!, o idealizador e fundador da Cidade da Luz compartilha os passos de sua jornada e sua visão de um mundo mais compassivo.

Experiências mediúnicas marcaram a vida de José Medrado desde os sete anos de idade, mas foram reprimidas devido à incompreensão familiar. Sua jornada mediúnica foi marcada por preconceitos e incertezas até que, aos 15 anos, ao se deparar com sintomas da mediunidade, buscou orientação no centro espírita Mensageiros da Luz. Aos 17 anos, fundou com um grupo de amigos o que hoje é a Cidade da Luz.

Na entrevista conduzida pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, Medrado, que é dotado de múltiplas faculdades mediúnicas e conferencista espírita reconhecido, compartilhou suas experiências e abordou a questão fundamental: a mediunidade é vista como um fardo ou uma bênção?

“Toda escolha que a gente faz na vida tem perdas; você não consegue conciliar com os que não se encontram. Então, eu tive que fazer escolhas, de ter uma vida mais direcionada ao ideal, às pessoas. E eu fui conduzindo a minha vida, inclusive uma vida acadêmica, muito em função disso, em função das pessoas. Eu sempre digo que eu gosto de gente, eu gosto de observar gente, eu gosto de escutar gente. E eu carregava comigo uma espécie de compensação na minha infância”, relatou o fundador da Cidade da Luz.

Ao recordar uma infância difícil, na qual chegou a passar fome, José Medrado reforçou o propósito que o impulsionava desde a época em que era criança.

“O meu ideal foi surgindo aí. Eu dizia: quando eu crescer e puder ajudar uma criança a não passar fome, eu vou fazer isso. Quando eu crescer, eu vou distribuir comida. Então, eu fui gerando o ideal nesse processo. E é claro que esse processo é incompatível com outro tipo de vida. De você construir uma família, se dedicar a uma vida mais diária”, completou.

Cidade da Luz

De acordo com com José, A Cidade da Luz, localizada em Pituaçu, opera sem nenhum financiamento público Atualmente, a instituição possui quatro prédios, incluindo instalações administrativas, centro cultural e educacional, e uma parceria com a prefeitura para uma escola. 

“Temos 21 funcionários. Nós temos gabinetes médicos e odontológicos, além do Buzão da Solidariedade, um ônibus que sai pelas ruas oferecendo banho às pessoas, alimentação e roupas. O gasto da Cidade da Luz em um mês é de 120 mil reais. É uma empresa que não tem uma fonte de recurso fixa. Essa fonte de recurso são os trabalhos de pintura, de escultura mediúnica e as doações das pessoas. Temos cerca de mil atendimentos médicos por mês. Também temos a distribuição de cerca de 300 a 400 cestas básicas por mês. Só no ano passado, nós fizemos mais de 80 mil atendimentos sociais, relatou.

A Cidade da Luz, fundada por José Medrado em 1996, surgiu a partir do Centro Espírita Cavaleiros da Luz, estabelecido em 1978. A instituição oferece uma ampla gama de serviços sociais e religiosos, incluindo escola, ambulatório médico-odontológico e programas de assistência à comunidade. Mantida por doações, possui certificações de Utilidade Pública Municipal, Estadual e Federal, além de registro no Conselho Nacional de Assistência Social.

Na entrevista, quando questionado sobre como ele percebe o trabalho realizado na instituição, auxiliando as pessoas no processo de evolução social e espiritual, Medrado destacou que a instituição mantém uma postura inclusiva.

“Nós temos o trabalho doutrinário e o trabalho social. O trabalho social, a gente não questiona nada do voluntário, pode ser ateu, ou de qualquer religião. O trabalho doutrinário, não, a gente tem o perfil da instituição. O trabalho doutrinário da Cidade da Luz é libertar a consciência, Não é incutir proselitismo religioso, não é transformar ninguém em espírita. Eu sou um ferrenho defensor do diálogo inter-religioso, né? Então, a gente sempre está voltando a essa forma de as pessoas respeitarem”, conclamou o idealizador. 

Confira a entrevista na íntegra: 

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