“Estamos atrasados no desenvolvimento de competências digitais entre professores e alunos”, diz Claudia Costin
Fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas é uma das maiores especialistas do país
Claudia Costin, fundadora e diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getulio Vargas, uma das maiores especialistas na área da educação do país, disse ao Portal M! que “estamos atrasados no desenvolvimento de competências digitais entre professores e alunos”.
É chegada a hora de falar em investimentos em tecnologias para diminuir as desigualdades do país?
“Os investimentos em tecnologia já eram importantes antes porque o mundo, tanto do trabalho quanto da cidadania, se transformou, e ela está presente na vida dos adultos. Então investimentos em tecnologia que a gente olhava com uma certa reticência no passado, hoje a gente olha como algo muito importante. E hoje existem, diferentemente de no começo do ano 2000, por exemplo, muitos conteúdos de boa qualidade para o processo de ensino sendo compartilhados na internet”, ressaltou.
“Tem muita coisa ruim, também, mas tem muita coisa que poderia ajudar os professores. E além disso, foram criadas, e a pandemia nesse sentido serviu como um acelerador desse processo, comunidades de compartilhamento de aprendizagem colaborativa entre professores. Então nós estamos atrasados no desenvolvimento de competências digitais entre professores e alunos. E vai ser uma pena se a gente não aproveitar tudo isso de triste que a gente passou para transformar a nossa educação”, completou.
Para a especialista em educação, “uma aprendizagem que esse sofrimento todo nos trouxe, é que a gente pode repensar a educação incorporando essa aceleração digital que houve, desde que, como você disse, os investimentos certos sejam feitos, uma formação intensiva do professor para utilizar bem o meio digital, até aproveitando o que muitos deles já aprenderam”.
Claudia Costin também avaliou para o Portal M!, a realidade muito diferente das escolas particulares do país para as escolas públicas.
“Nós temos que ter altas expectativas de aprendizagem não só em relação aos alunos que vieram de famílias mais afluentes, muitos deles de escolas particulares, mas para todos os alunos. O Brasil é signatário do objetivo de desenvolvimento sustentável 4, que diz que nós temos que assegurar educação de qualidade equitativa para todas as crianças e jovens. Então isso só se concretiza se a gente, no processo de ensino, tem altas expectativas de aprendizagem em relação a todos eles, e em especial aos mais vulneráveis. Não oferecer uma educação de segunda linha aos mais pobres”, disse.
“E isso quer dizer um pouco de ação afirmativa, ou seja, dar mais recursos para as escolas que estão em área de vulnerabilidade, então quando pensar em aprimoramentos da escola, colocar a escola em turno único, não ter a turma da manhã e a turma da tarde, quando pensar em escolas com professores contratados para 40 horas com dedicação exclusiva numa única escola, com tempo de colaborarem e trabalharem juntos, e com material que apoie o professor, fazem isso começando, se não houver dinheiro para fazer isso em todas as escolas, começando em escolas em área de vulnerabilidade, em áreas mais pobres que precisam de mais ajuda. E aí a gente começa a diminuir as desigualdades de aprendizagem”, completou.
A diretora da FGV explicou ainda que é importante formar o professor para a prática efetiva e ao mesmo tempo olhar para a questão de trabalhar com base em evidência científica.
“Não é só dar mestrado e doutorado para o professor, é prepará-lo para a prática efetiva que ele vai ter, e ao mesmo tempo olhar para a questão de trabalhar com base em evidência científica. Não é só na saúde que há negacionismo científico. Infelizmente em educação isso também acontece. E a gente já sabe o que funciona em educação. Ter um currículo claro, monitorar a aprendizagem para não descobrir só dois anos depois que as crianças não aprenderam, tem avaliações diagnósticas em redes regulares para de fato identificar quais são as insuficiências de aprendizagem de cada aluno”, explicou.
“Ser professor e lidar com educação é uma profissão complexa como a pandemia nos permitiu perceber. E usar esses aprendizados para melhorar a qualidade da educação e até mesmo dar um salto nessa qualidade”, finalizou.
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