Escolas de Samba de Rio e São Paulo se preparam sem certeza de que haverá Carnaval

Carnaval não se prepara da noite para o dia, já dizia Joãosinho Trinta. Seguindo a máxima do carnavalesco multicampeão, as escolas de Samba do Rio de Janeiro e de São Paulo seguem em preparação para os desfiles sem saber se a Sapucaí e o Anhembi estarão abertos em 2021.

“Ninguém sabe. O que tiver por aí é chute. Você não sabe hoje nem se pode ir ao cinema ou ir a um restaurante. É como se fosse subir uma escada: estamos subindo e lá em cima é o Carnaval”, afirmou o presidente da Portela, Luiz Carlos Magalhães, ao Estadão.

A indefinição é tamanha que nem a Globo, detentora dos direitos de transmissão nas avenidas carioca e paulista, fez o repasse das verbas de 2021 para as escolas. A emissora aguarda “evolução da situação” e ressalta que “a dúvida, neste momento, é se, por conta dos impactos da pandemia, haverá desfiles no ano que vem”.

Enquanto as atividades nos barracões estão suspensas, para evitar aglomerações, as frentes de trabalho estão na definição de temas, cores, composições de samba-enredo, criação e confecção de fantasias, tudo isso multiplicado pelas seis alegorias do desfile.

A Covid-19 será o tema da atual campeão do Rio, Unidos da Viradouro. O carnavalesco Marcus Ferreira baseará o desfile no Carnaval de 1919, primeiro após a pandemia da gripe espanhola. “Tivemos muito cuidado com a escolha do enredo, sabendo que é um ano delicado”, pontuou. No entanto, para ele “o Carnaval sempre será um remédio para as mazelas de um ano inteiro do nosso povo”.