Entenda por que empresas precisam oferecer oportunidade de emprego para pessoas trans e travestis
Segundo a Antra, a falta de inserção no mercado de trabalho acaba levando 90% desta população à prostituição
Uma das pautas de destaque do Mês do Orgulho LGBTQI+ é a garantia de emprego para pessoas trans e travestis. Segundo levantamento da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a falta de oportunidade no mercado de trabalho para este público, acaba forçando 90% da população trans feminina utilizar a prostituição como fonte primária de renda.
“As principais consequências de pessoas trans sem oportunidade de emprego são: processo histórico de marginalização e precarização, causando ainda impactos na estimativa de vida e colocando essas pessoas em alta vulnerabilidade social e absorvidas por subempregos. Isso leva a maior parte das travestis e mulheres trans a recorrer ao trabalho sexual como fonte primária ou secundária de renda. Ou são, ainda, levadas a se envolver com atividades ilícitas”, afirma a secretária de Articulação Política da Antra, Bruna Benevides.
Bruna Benevides é secretária de articulação política da Antra. Crédito: reprodução Revista Híbrida
Por que há tanta dificuldade em contratar essas pessoas? A pergunta é respondida por Bruna. De acordo com ela, isso tem a ver com a transfobia. Dados do Relatório Anual de Mortes Violentas de LGBT no Brasil, de 2020, realizado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), acende outra luz vermelha: pela primeira vez, as travestis ultrapassaram os gays em número de mortes violentas no Brasil. Só no ano passado, foram 161 travestis e trans vítimas da homotransfobia.
Dar oportunidade a essas pessoas contribui para a diminuição do sofrimento deste público. Conforme informações da Antra, está comprovado que empresas que investem na diversidade tem melhor colocação no mercado e ajudam no enfrentamento do preconceito.
“Para diminuir a discriminação contra pessoas trans no mercado de trabalho é importante que as empresas estabeleçam um plano de inclusão, que garantam a formação continuada e investimentos para qualificação técnica desses profissionais, campanhas de enfrentamento da discriminação e o assédio”, explica a secretária de Articulação Política.
De acordo com Bruna, a contratação de pessoas trans em todos os níveis é necessária para naturalizar a presença desses indivíduos nos espaços. “É preciso considerar que pessoas trans podem de fato contribuir com ambiente laboral, desde que tenham oportunidade e encontrem um ambiente livre de transfobia”, completa.
Mercado de trabalho
Bruna diz que um bom caminho para que as empresas possam proporcionar mais oportunidade de trabalho para pessoas trans e tranvestis, é trabalhar de forma transversal em diversos setores, para garantir não apenas a contratação, mas também a permanência dessas pessoas no trabalho. Ela também alerta que a falta de preparo da equipe também pode causar problemas.
“Não é difícil. Temos relatos de pessoas que após contratadas, passam a sofrer assédio moral e sexual, constrangimentos e humilhações. Dificuldade de cumprir as metas do dia devido a um processo de vigilância das suas ações, invasão de sua privacidade, questões relacionadas ao desrespeito da identidade de gênero da pessoa ou ainda aquela transfobia direcionada por clientes e outras pessoas atendidas pela pessoa trans na empresa”, conta a ativista.
O coordenador do Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia (CPDD-LGBT), Renildo Barbosa, pontua que a falta de oportunidade não está relaciona à qualificação. “Quantas trans recepcionistas ou no administrativo? Ou ainda condutoras ou professoras? E não é por falta de qualificação. Temos banco de talentos com pessoas trans com mestrado, inclusive”, destaca Renildo.
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