Eliana Pedroso faz alerta sobre fechamento de sete palcos em Salvador: “É muito grave e a gente não faz nada”

Mesmo após o arrefecimento da pandemia Covid-19 e com a ascendência do retorno de eventos e peças teatrais, muitos profissionais do ramo ainda estão com dificuldades de manter seus negócios e espaços que servem de diversão e lazer para a população.

A gestora cultural e bailarina, Eliana Pedroso, em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, no programa Nova Manhã da rádio Nova Brasil FM, desta quinta-feira (18), relatou como o setor cultural viveu as fases da pandemia e as dificuldades enfrentadas mesmo após a retomada das atividades.

“Foi desastroso para todos nós, para todos os setores da nossa economia especialmente da área cultural que fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar. A pandemia foi um fato gravíssimo que comprometeu todo esse segmento, mas a coisa vem sendo difícil há muito tempo. Nesses últimos anos fechamos sete palcos”, declarou a gestora.

Eliana Pedroso fez um panorama de como os espaços culturais se encontram atualmente na capital baiana e no interior do estado.

“É muito grave e a gente não faz nada, o nosso segmento não grita, os nossos governantes não correm atrás para nos ajudar e a imprensa também faz muito pouco ao falar disso. Nunca me esqueço que em 2011, o Hotel Bahia fechou e ameaçou-se que iria ter outra função, os trends turísticos se uniram e fizeram  um manifesto contundente que o governador na época saiu a caça de um investidor e ai veio um novo hotel em 2013 renovado e que tá brilhando até hoje. As cidades do interior da Bahia estão com seus centros culturais também quase sem condições de uso devido à estrutura física, apesar do potencial cultural artístico desses lugares.”

Questionada sobre a atribuição dos fechamentos dos espaços culturais, Eliana Pedroso, disse que a falta de apoio e incentivo do poder público é um grande fator para a situação atual do setor.

“Infelizmente a gente vive numa sociedade que os empresariados não conseguiram enxergar que você investir em um produto cultural é você investir na identidade do seu povo, da sua empresa, que cria uma sincronia com o emocional do seu consumidor e que vai muito além de um merchandising. Não temos quem sustente esses espaços culturais, especialmente na Bahia, então, o poder público tem que agir, ir a caça dos parceiros e estarem atentos a mecanismos de financiamento para alavancar e dar sustento a quem faz cultura”, declarou.

Confira a entrevista na íntegra: