(EDITADA – para fim de semana) Maio Amarelo: Salvador promove campanha para reforçar segurança no trânsito

O Maio Amarelo é um movimento internacional de conscientização sobre os acidentes de trânsito, que nasceu no Brasil, através da equipe do Observatório da Segurança Viária, e foi referendado pela Prefeitura de Salvador, colocando a cidade como a primeira capital do país a apoiar a proposta. 

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) estabelece os cronogramas das campanhas, em âmbito nacional, e elas são promovidas por todos os órgãos do Sistema Nacional de Trânsito. Todo ano, no mês de maio, se realiza o Maio Amarelo, a partir de ações educativas planejadas pela Transalvador. Em 2024, a proposta é “No trânsito, escolha a vida”. 

Propósito do Maio Amarelo 

Em entrevista ao Portal M!, a gerente de Educação para o Trânsito da Transalvador, Mirian Bastos, afirmou que enxerga a campanha como mais um momento para trabalhar o assunto de forma articulada em função da responsabilidade da segurança no tráfego. 

“Vejo o Maio Amarelo como uma opção importante para a gente trabalhar, alertar e influenciar na mudança de comportamento da sociedade. A proposta do projeto é envolver a todos. A responsabilidade da segurança viária não é só de quem executa. A responsabilidade é de quem executa, planeja e atua dentro dos cenários”, declarou a coordenadora do Programa Vida no Trânsito de Salvador. 

Seguindo essa linha de raciocínio, o especialista em engenharia de transportes e docente da Estácio, Anderson Manzoli, destacou que toda campanha que aborda a segurança no trânsito possui relevância, por envolver a conscientização e mobilização do público. 

Além disso, Manzoli considera que “ações como o Maio Amarelo têm potencial para ser um agente transformador em Salvador ou em qualquer cidade, gerando influência nas políticas publicas para surgir mudanças comportamentais”, em reforço da necessidade de proteger os mais vulneráveis no fluxo de circulação. 

Ao Portal M!, a professora da UFBA do Departamento de Engenharia de Transportes e Geodésia da Escola Politécnica, Denise Ribeiro, também ressaltou que ações destinadas à segurança viária devem ser impactantes e contínuas, durante todo o ano, para que os usuários do trânsito possam fixar e absorver as mensagens.

Problemas do trânsito de Salvador 

Denise e Anderson afirmam que o principal problema do trânsito de Salvador está atrelado à falta de planejamento para os mais vulneráveis, que são os pedestres. Os docentes explicam que a capital baiana iniciou o seu desenvolvimento em projeção apenas para os automóveis. 

“Falta um planejamento integrado do uso e ocupação do solo, transporte e circulação. Falta o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, através da priorização de transportes coletivos e não motorizados. No que se refere ao fluxo de circulação, o resultado disso são os frequentes congestionamentos, violência no trânsito e sinistros graves”, destacou a professora da UFBA. 

Mesmo com os fatores de risco da capital baiana, a especialista na engenharia de transportes falou sobre o trabalho da Transalvador nas ações de impacto para a redução de alguns sinistros, como a criação do Comitê Gestor do Programa Vida no Trânsito e as intervenções viárias com redução de velocidade. 

O docente da Estácio completou que “Salvador precisa de um programa de gestão de manutenção de vias, com medidas preventivas e corretivas dos pavimentos e do sistema de drenagem superficial, para manter as sinalizações de trânsito em boas condições de uso e visibilidade”. 

A gerente de Educação para o Trânsito confirmou que os principais fatores de risco identificados pela Transalvador são atrelados ao excesso de velocidade, ao ato de estacionar em locais proibidos e a combinação com o uso do celular e direção veicular. 

Mirian Bastos, que também é Membro do Conselho Estadual de Trânsito, indicou que a Transalvador promove o processo de instrução do pedestre para um melhor estabelecimento das regras de circulação. 

“Nós orientamos os pedestres na questão de embarque e desembarque, além do dever de sempre atravessar onde tem faixas e passarelas. O pedestre tem direitos, por estar em primeiro lugar na legislação, mas também tem deveres”, disse a gerente da Transalvador. 

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