Delegada alerta para aumento de casos do Golpe do Motoboy em Salvador na pandemia

Em tempos em que as pessoas cada vez mais estão realizando tarefas pelos dispositivos eletrônicos, principalmente o celular, criminosos tem se aproveitado do fato para aplicar um novo desfalque nos clientes: o chamado Golpe do Motoboy, que tem ocorrido em maior número nos bairros de classe alta de Salvador.

Segundo a Polícia Civil da Bahia, a quantidade de casos desta modalidade de crime vem aumentando desde o início da pandemia de covid-19 e faz um alerta: desconfiar sempre de ligações que – independente do motivo – resultem em pedidos de dados pessoais ou de entrega de cartão de crédito ou do celular.

Ainda conforme a corporação, os autores do golpe, por intermédio de técnicas de engenharia social, simulam o atendimento bancário e induzem a vítima a ceder os dados pessoais, inclusive senhas e outros dados confidenciais.

“A pessoa liga, identifica-se como sendo do banco e pergunta se a vítima está fazendo uma compra em um alto valor. A vítima, então, nega. O golpista, então, diz que vai checar outras compras que supostamente foram feitas no cartão – sempre de alto valor, a fim de desesperar a vítima”, explica a delegada delegada titular da 14ª DT, Mariana Ouais. 

“Sabendo disso, o golpista finge ‘orientar’ a pessoa, induzindo-as a passar os dados pessoais e senhas. Ao fim do processo, dizem que as compras foram estornadas, mas que, para resolver o problema, o cartão precisa passar por uma perícia”, acrescenta.

Cliente VIP?

Segundo Ouais, os criminosos conseguem convencer a pessoa com a história de que ela seria uma cliente VIP. Assim, seria mais fácil obter os dados necessário para aplicar o golpe.

“A depender do banco, eles podem inclusive usar os nomes dos serviços especializados para clientes de alta renda, como Personnalité, Prime ou Estilo. Então, como a vítima supostamente é um cliente VIP, os golpistas dizem que esse cartão precisa ser levado a uma central, normalmente em um lugar distante da residência da vítima. O objetivo é criar a condição para oferecer o falso serviço de motoboy. E fazer isso não é praxe dos bancos”, alertou.

Em alguns casos, os criminosos conquistam a confiança da vítima ao combinar um código a ser reproduzido pelo motoboy. Esta falsa aparência de segurança serve para baixar a guarda da vítima e ganhar tempo para os saques e compras feitos na conta da pessoa enganada. 

“Há até situações em que informam que o celular também foi clonado, e que o motoboy também pode levar para a falsa perícia e depois devolvê-lo. Vi casos de pessoas que perderam investimentos da vida inteira. Esse golpe já causou um prejuízo de milhões”, declarou a delegada.

Atenção

Além de sempre desconfiar de ligações e outros contatos em nome das instituições financeiras, a delegada Mariana Ouais orienta o cidadão baiano a checar a veracidade das alegações feitas pelo golpista, por meio de uma ligação para o gerente do banco, pelo internet banking ou pelas centrais oficiais de atendimento – sempre se certificando de que o contato com o possível golpista já foi encerrado.