“Cuidar de si não significa descuidar das pessoas”, reflete Mário Cortella sobre vida pós-pandemia

Medidas de autocuidado, como distanciamento social, uso de máscaras e álcool em gel, são necessárias para o combate à pandemia do novo coronavírus. Essas ações, no entanto, podem influenciar na construção de uma sociedade egoísta e sem senso coletivo. 

Na avaliação do filósofo e professor Mário Sérgio Cortella, o fato de a população estar atenta a práticas de higiene sanitária não deve servir como pretexto para agir com egoísmo. “Cuidar de si não significa descuidar das pessoas. É claro que, se a pessoa já for egoísta, ela vai encontrar argumentos para praticá-lo, sob a justificativa de que precisa evitar a contaminação do coronavírus”, explicou o pensador. 
 
Cortella participou, nesta terça-feira (22), de uma entrevista com o editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, para o projeto A Tarde Conecta.

Na conversa, ele também falou sobre possíveis traumas que podem vir após a pandemia. “Sobre os traumas e medos, eu me remeto ao filósofo americano Ralph Emerson, que falava: “Torna-te necessário a alguém”. Então, a melhor maneira de superarmos os traumas e efeitos negativos é nos tornarmos necessários, pois a única maneira de resolver a angústia é a ação”, explicou o intelectual.