Cresce demanda por reforço escolar para recuperar tempo perdido na pandemia
Pesquisa mostra que dois em cada três estudantes precisam de ajuda extra
A pandemia de Covid-19 trouxe, além de todas as dificuldades já conhecidas, uma consequência inesperada: o grande crescimento da demanda por reforço escolar, sobretudo neste momento de retomada das atividades presenciais na rede de ensino.
Após dois anos de paralisação em função da emergência sanitária, os educadores têm agora um novo desafio: pelo menos dois em cada três estudantes precisam de ajuda extra para recuperar algum conteúdo.
Para 28% das famílias, a prioridade das escolas nos próximos dois anos deve ser justamente a promoção de programas de reforço.
Com 17 anos de experiência como professora em sala de aula e seis anos oferecendo reforço – atualmente focado no ensino fundamental -, Carla Belo (foto) atesta que a procura por apoio pedagógico aumentou muito já em 2020, após a necessidade de adoção do ensino remoto. Mas, segundo ela, o auge foi em 2021, quando houve uma “busca excepcional”.
“Crianças na iminência de voltar para a escola, muitas sem conhecimento do básico para avançar e fazer avaliações sem intervenção de um adulto, outras que saíram da escola e tiveram aulas particulares, e ainda houve aquelas que migraram para o ensino público”, descreve.
A pesquisa “Educacação Não Presencial na Perspectiva dos Estudantes e Suas Famílias”, realizada pelo Datafolha a pedido do Itaú Social, da Fundação Lemann e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), também mostra que a maior parte dos estudantes precisa de apoio em Matemática (71%), Língua Portuguesa (70%), Ciências (62%) e História (60%).
Carla também comprova, na prática, o que indica o levantamento: há defasagem em todas as disciplinas, mas as que mais se destacam neste aspecto são Português e Matemática.
“Quando os pais chegam até a nossa empresa é na busca de melhorar a leitura e interpretação de texto e resolver problemas matemáticos, além das individualidades”, explica.
Na avaliação da educadora, é necessário revisitar, tanto na escola quanto em casa, conteúdos não adquiridos para que estas crianças avancem dentro do que é proposto para a sua idade escolar.
“O período para esta recuperação vai variar de acordo com o investimento que cada família fará. O importante é identificar as lacunas individuais e buscar a ajuda de um profissional experiente e capacitado para desenvolver as habilidades não adquiridas”, recomenda.
Alfabetização é fase crítica
De acordo com a pesquisa, consideradas apenas as criancas em fase de alfabetização, o percentual sobe: 76% precisam de mais atenção das escolas na retomada das aulas presenciais, segundo as famílias.
A situação é crítica. De acordo com levantamento divulgado recentemente pela organização Todos pela Educação, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 40% das crianças com 6 ou 7 anos de idade não sabiam ler ou escrever em 2021, o que representa mais de 2,4 milhões da população nesta faixa etária no país.
Carla Belo argumenta que as crianças que iniciaram os primeiros anos do ensino fundamental em 2020 não tiveram oportunidade de manter contato com o ambiente alfabetizador. Além disso, completa, não houve “as trocas com os pares, a integração em grupo, situação que gerou lacunas no processo de aprendizagem”.
Os dados da pesquisa se tornam ainda mais relevantes diante da importância da família no momento de retomada das atividades presenciais nas escolas. Neste sentido, a educadora é taxativa: “Cabe à família identificar as lacunas e necessidades apresentadas pela criança”.
Se é dos pais e das mães a responsabilidade de buscar ajuda pedagógica para o turno oposto ao das aulas, aos estudantes resta encarar o desafio com uma palavra na cabeça: dedicação.
Sempre ressaltando que vivemos uma época de exceção, Carla Belo deixa um recado aos alunos: “Você pode, é capaz e consegue todas as coisas. Aproveite as oportunidades e se dedique. O profissional especializado vai te orientar no processo”.
A educadora da Adaptepedagogia deixa seus contatos: (71) 9813-64877 ou pelo Instagram (@adaptepedagogia).
Monê, 13 anos, dá aulas de reforço em Matemática
Aula de precocidade
“Amanhã tem prova de Matemática” – que estudante nunca tremeu ao ouvir esta frase? A maioria sofre quando pensa na disciplina, e não é à toa que a pesquisa traz a Matemática com o maior percentual de necessidade de reforço: 71%. Mas o que é um ‘bicho papão’ para uns, é simples e prazeroso para outros.
“Dois recados: o primeiro, tente se esforçar para entender o básico, pois tudo precisa dele; e o segundo, se tiver alguma dificuldade fale comigo”. Quem conversa, com muita propriedade, com os estudantes é Monê Zanella Spessato, que oferece reforço escolar de Matemática às crianças do condomínio onde mora, em Itapuã. Detalhe: ela tem apenas 13 anos e cursa a 8ª série no Colégio Marista Patamares.
Apaixonada pelo universo dos números, Monê afirma ter facilidade para sua matéria favorita, além de “ter tido a sorte de ter bons professores” na disciplina. Ela citou a professora Ariana Brito como uma das melhores.
Monê resolveu dar aulas de reforço escolar quando, ao longo da pandemia, alguns colegas começaram a pedir ajuda para fazer tarefas e estudar para as provas.
“Então eu pensei que poderia ajudar estudantes de séries menores que a minha, e como não tenho como me locomover para muito longe, dar aulas no condomínio foi uma ideia válida”, explicou.
Ela conta que a procura aumentou depois do retorno das aulas híbridas e totalmente presenciais, “porque agora as provas são na escola, então não tem como pesquisar na internet”.
Sobre a experiência de dar aulas, Monê diz que tem sido “bem legal”, além de também ajudá-la a assimilar melhor os assuntos.
“Os feedbacks dos alunos têm sido bem bons, inclusive tive um que me mandou um vídeo com a sua nota, que foi 9/10. Ele gravou o vídeo na hora que ele recebeu a nota, foi bem espontâneo”, conta.
A ‘pró’ precoce, que dá aulas de reforço a alunos da 3ª a 7ª séries, ainda não sabe se quer seguir na profissão. No momento, o sonho é outro: “Gosto muito de esportes e gostaria de ser jogadora profissional de tênis”.
* Com informações da Agência Brasil
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