Covid-19: Amazonas pode ser o primeiro estado a saturar rede hospitalar no país

O estado do Amazonas, no norte do país, pode ser o primeiro a saturar a rede hospitalar por conta dos altos índices de Covid-19 – segundo o último boletim do Ministério da Saúde, divulgado na última terça-feira (7), são 636 casos confirmados e 23 óbitos.

A notícia vem um dia após o governo do Estado anunciar que 95% dos leitos disponíveis nos quatro principais hospitais públicos de Manaus já estão ocupados, mesmo bem antes do pico previsto de disseminação do coronavírus. 

Mas, segundo o jornal O Globo, o problema é que a população ainda é vista nas ruas, “furando” a determinação de isolamento social. Apesar de o governo e a Prefeitura de Manaus terem publicado decretos proibindo a comercialização de produtos e serviços não essenciais para conter o contágio do vírus, dezenas de comerciantes do centro da capital do Amazonas vendiam alimentos que eram comprados por quem passava pelo local.

À publicação carioca, o secretário estadual de Saúde amazonense, Rodrigo Tobias, afirmou, ontem, que “teme pelo pior”. Ele disse que a situação é resultado de uma série de fatores como a baixa quantidade de leitos de UTI e o fato de a epidemia ter chegado ao estado durante o período de chuvas na Amazônia, em que, tradicionalmente, há um aumento no número de casos de outras síndromes gripais.

“Temos uma relação de leitos de UTI por 10 mil habitantes muito pequena se comparada a outros estados. É um problema histórico. Nós não temos leitos de UTI no interior. Quando temos um caso que precise de UTI, a gente traz o paciente de avião para cá. Até agora, a doença atingiu, principalmente, pessoas das classes A e B”, disse Tobias ao jornal o Globo.

“Como a gente ainda está na curva ascendente, se o coronavírus pegar as classes menos favorecidas economicamente, onde há residências em que moram muitas pessoas, isso pode ser um grande problema. Eu temo não apenas pelos indígenas. Nós temos fronteira com a Colômbia, com o Peru. Temos divisa com Roraima, que tem fronteira seca com a Venezuela. Eu temo pelo pior”, acrescentou.