Com acúmulo de prejuízos, academias de Salvador reabrem nesta segunda-feira

Com o anúncio da flexibilização das medidas restritivas e a reabertura gradativa de atividades não essenciais a partir desta segunda-feira (5),  em Salvador, cresce a expectativa pelo retorno das academias. Desde o início de março, o funcionamento desses estabelecimentos foi suspenso pelo governador Rui Costa (PT). 

Com o fechamento, as academias voltaram a acumular prejuízos. No período, houve grande aumento do número de inadimplentes e  do cancelamento de matrículas.

De acordo com o dono da Maral Crossfit, Fred Maral, os danos são imensuráveis. “Se o gestor hoje colocasse na ponta do lápis os prejuízos, muita gente não tinha nem reaberto”, afirma.

“Seguindo os protocolos, não há alto contágio [nas academias]. Já houve vários estudos acerca desse assunto. A gente não teve nenhum motivo para ficar parado”, argumentou, ao discrodar do fechamento das academias.

Fred Maral é o dono da Maral Crossfit

De acordo com Maral, a atividade física é o maior aliado da saúde, até mais do que um boa alimentação. “Não tem como ficar saudável comendo bem e parado. E eles [governo] deixaram a gente parado outra vez. Houve uma indignação muito grande, dos gestores [donos de academia] e inclusive dos alunos”, reclama.

“Uma pessoa que está condicionada, que está treinando, se cuidado, não fica grave [pela Covid-19]. De 320 alunos, eu não tive um aluno que ficou grave”, completa.

Com a expectativa de retorno, Fred conta que a academia continuará seguindo à risca os protocolos sanitários contra a Covid-19.

“A gente vai seguir os protocolos, todos os materiais higienizados. Cada aluno trabalha no espaço de 6 metros quadrados”, finaliza.

“Planejamento é contar com a sorte”

Assim como Fred Maral, o empresário Michel Brasileiro celebra a autorização para reabrir as academias em Salvador mediante rigoroso respeito aos protocolos sanitários, mas lamenta os prejuízos causados por decretos de fechamento das atividades do setor desde o ano passado.

Sócio do complexo esportivo Malta, ele afirma ser difícil a formulação de um planejamento financeiro ao longo do ano, diante de incertezas sobre a possibilidade de o poder público determinar novas paralisações de espaços como academias.

“O planejamento é contar com a sorte, acima de tudo. É torcer para que nem a prefeitura, nem o governo determinem novos fechamentos. Para isso, devemos seguir todos os protoclos sanitários e esperar pelo controle da pandemia e o aumento da vacinação”, declara Michel.

Mesmo diante da impossibilidade de fazer um planejamento a médio prazo, o empresário afirma que os últimos 12 meses de pandemia serviram para que fossem tomadas medidas profiláticas – como a suspensão de contratos – com o objetivo de proteger a saúde financeira do negócio. 

“Fizemos diferente do ano passado, porque nós conseguimos nos precaver da crise provocada pelo fechamento e reduzimos custos suspendendo alguns contratos. No ano passado, pensávamos que o lockdown só duraria de 15 dias a um mês, o que não aconteceu, e nós ficamos com dívida”, explica.