Carnaval ‘indoor’ é opção para viabilizar festa em 2022? Grupo San, Saltur e Central do Carnaval divergem

Portal M! procurou os gestores para saber como avaliam a realização da folia no Centro de Convenções 


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redacao 13/08/2021 08:00 Cidades

Diante das incertezas para promover o Carnaval 2022, empresários do entretenimento já iniciaram a busca por alternativas para garantir a realização da festa. Uma delas, que vem gerando polêmica e dividindo opiniões, é a do Carnaval ‘indoor’.

Iniciativa do grupo San Sebastian e Iessi Music, o evento possivelmente será realizado no Centro de Convenções, na quinta e sexta-feiras da folia, e já tem grandes atrações confirmadas, como Ivete Sangalo, Alinne Rosa, Banda Eva, Claudia Leitte e Luísa Sonza

André Magal, do grupo San, disse que o foco agora é o Reveillon e que o Carnaval será discutido depois. “Se não tiver Carnaval na rua, faremos fechado”, aposta. O formato, se trio ou palco, depende das condições sanitárias do momento, explicou Magal. 

O Portal M! procurou o presidente da Empresa de Turismo (Saltur), Isaac Edington, e a diretora de produção da Central do Carnaval, Jaqueline Lessa, para saber como avaliam a realização do evento ‘indoor’.

 

Originalidade

Ao destacar o real foco do trabalho para garantir a realização da festa nos espaços públicos, caso a imunização avance a ponto de permitir o evento, Isaac Edington afirma que a iniciativa dos produtores para o evento ‘indoor’ no Centro de Convenções fortalece a economia e surge como mais uma opção para os soteropolitanos.

“É uma outra opção. Acho que em Salvador tanto cabe um evento de grande magnitude como um Carnaval que seja feito pela iniciativa privada”, argumenta.

Já a representante da Central do Carnaval avalia que, pelo fato de a folia momesca ser uma festa originalmente de rua, qualquer outro formato “não irá traduzir a magia do Carnaval de Salvador”.

“Acreditamos que a essência do Carnaval é nas ruas, e o avanço da imunização e o consequente fim da pandemia vão oportunizar celebrá-lo na sua essência. Qualquer outro equipamento não traduzirá a magia do Carnaval de Salvador”, pontua.

Jaqueline também cita a descaracterização da festa, uma vez que os trios estarão ausentes e o público assistirá a shows.

“O trio é o grande destaque da festa. O Carnaval de Salvador se destaca no mundo por essa característica. Outras cidades do Brasil copiaram o modelo, mas a energia e a magia do Carnaval da Bahia são insubstituíveis”, analisa.

 

Impactos na economia

Isaac Edington pontua que a Prefeitura de Salvador ainda não possui um conhecimento aprofundado sobre o Carnaval ‘indoor’, mas ressalta que este modelo faz parte do planejamento da iniciativa privada.

No entanto, para ele, todas as perspectivas que visam fortalecer a festa são bem-vindas, uma vez que os profissionais que atuam no Carnaval, direta e indiretamente, foram drásticamente prejudicados por conta da pandemia de Covid-19.

“É precipitado estimar um melhor modelo [para o Carnaval de 2022] porque trata-se de um novo cenário. O Carnaval como é feito hoje envolve diversos atores públicos e privados. Acredito que, em um evento ‘indoor’, não serão necessários tantos atores envolvidos”, contrapõe Jaqueline.

 

Importância do Carnaval de rua

Embora os negócios gerados pelos blocos estejam menos vistosos do que nas décadas de 1980 e 1990, quando houve um boom da indústria carnavalesca baiana, a verba movimentada pela festa não é nada desprezível. De acordo com Jaqueline, a origem dos blocos e das associações carnavalescas é, fundamentalmente, a rua.

“Quando não se tem esse espaço, fica complicado pensar em uma solução, já que trata-se de um ambiente limitado”, analisa.

Já Edington ressalta o trabalho antecipado da prefeitura para garantir a realização da festa – a depender do avanço da imunização. E destaca a importância do evento nos espaços públicos, porque a folia momesca gera divisas de desenvolvimento econômico que exigem um planejamento cauteloso e com bastante antecedência.

“Nosso trabalho é organizar o Carnaval público e fortalecer as entidades carnavalescas. O Carnaval de rua é muito forte, e nossa prioridade é realizá-lo no espaço público. Então a gente tem que se planejar. Estamos acompanhando de perto todo o processo de imunização e estamos avançando bastante nesse processo. É com muita cautela, mas precisamos planejar a festa com muita antecedência”, diz.

 

Protocolos sanitários

Mesmo com o avanço da imunização, alguns protocolos sanitários precisam ser mantidos para evitar a propagação da doença.

Embora destaque que a prefeitura ainda não possui conhecimento aprofundado sobre a realização do Carnaval ‘indoor’, o presidente da Saltur informa que o evento só será realizado se houver uma decisão final com relação à segurança sanitária da população, que esteja ligada ao processo de vacinação.

“Acho que, uma vez que a população esteja imunizada, o evento poderá ser realizado”, pontua.

Para a diretora de produção da Central do Carnaval, os protocolos sanitários e critérios de segurança podem ser estabelecidos levando-se em consideração o novo momento.

“A história da festa é feita de mudanças e inovações. Não seria diferente agora. Eventos ‘indoor’ podem ter alguns fatores como público limitado, controles mais apurados, mas o Carnaval de Salvador é único no mundo e reconhecido pelo modelo que vivenciamos há muito tempo”, finaliza.

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