Cajazeiras, Plataforma e Stella Maris: comunicadores dos três bairros contam como a população tem reagido à pandemia

Após seis meses convivendo com a pandemia do novo coronavírus em Salvador, os bairros da cidade ainda registram situações de aglomeração e desrespeito às medidas de distanciamento social. Na avaliação do editor do portal de notícias Fala Cajazeiras, Eduardo da Luz, o tempo de vigência da crise sanitária deveria ser necessário para que a população se conscientizasse. 

“Tem muita falta de consciência na comunidade. As pessoas não estão se isolando, nem usando máscara. Quando usam, muita gente põe o equipamento de forma errada, no queixo. Por isso, eu acho que há a possibilidade de meu bairro ter uma segunda onda de Covid-19. Infelizmente”, lamentou o representante do site de Cajazeiras.

Eduardo participou, nesta segunda-feira (28), da live ‘Impactos da Pandemia nos Bairros de Salvador’, promovida pelo jornal Massa. A conversa, mediada pelo editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, contou com a participação do repórter do Massa Jeferson Domingos e do sócio do site voltado para notícias de Stella Maris InfoStella, Rafael Souza.

Na ocasião, cada participante da live discorreu sobre seu bairro em tempos de pandemia. Morador de Plataforma, no Subúrbio Ferroviário, Jefferson Domingos apontou para a dificuldade de se cumprir medidas restritivas em bairros da periferia. “As condições para cumprir distanciamento é complicado em bairro periférico. As casas são pequenas, com poucos cômodos, e fica difícil fazer isolamento nessa situação”, exemplificou.

Rafael fez um balanço de como Stella Maris teve de se adaptar à conjuntura do ‘novo normal’. “Stella é um bairro que tem comércio forte e muito frequentado por causa das praias. Todos esses pontos foram abalados pelo Covid. Sobre as praias, ainda tem muita gente desrespeitando o decreto que proíbe o banho de mar e se aglomerando na praia. Isso é muito preocupante”, afirmou Rafael. 

Assim como Eduardo, o gestor do InfoStella também relatou situações de uso errado da máscara. “No comércio de Stella, já houve casos de pessoas que queriam entrar em estabelecimentos sem máscara sob a justificativa de que o equipamento não serviria de nada. Acontece muita desinformação também, às vezes a pessoa recebe uma mensagem com fake news e acaba acreditando”, denunciou Rafael.

Imprensa profissional
Em tradução literal, ‘notícia falsa’. Mas no português simples, pode-se denominar fake news de mentira, mesmo. Uma narrativa enganosa que, disseminada por meio dos aplicativos de mensagens, ganha abrangência imensurável podendo transformar-se como ‘verdade’ a algumas pessoas. 

Diante disso, a credibilidade do meio em que o cidadão acessa a informação deve ser analisada. Jefferson Domingos, do jornal Massa, e Eduardo da Luz, do site de notícias Fala Cajazeiras, ressaltaram o papel da imprensa profissional na cobertura da pandemia de Covid-19 em Salvador. 

“Nesse contexto vem a importância de analisar também a função das mídias comunitárias, que vêm tendo a competência de passar a informação de conscientização sobre a crise sanitária às pessoas”, completou Eduardo.