Aumento do diesel e baixa demanda dificultam reajuste dos rodoviários em Feira, diz Colbert ao tentar evitar greve

Fatores como o aumento de 78% no valor do diesel, além da diminuição na demanda por ônibus em Feira de Santana e da lei nacional de gratuidade a pessoas com idade superior a 65 anos, compõem a justificativa da prefeitura para não reajustar o salário dos rodoviários da cidade.

“Com a pandemia, nós não pudemos fazer aumento de passagem, sendo que o diesel subiu 78%. As empresas de ônibus estão com dificuldade, além de termos a lei federal de gratuidade a idosos sem nenhuma contrapartida do Governo Federal, e uma diminuição na demanda por transporte público aqui, em Feira”, listou o prefeito do município,  Colbert Martins (MDB). 

Quanto à baixa utilização dos coletivos em Feira de Santana, o prefeito citou o aumento do uso de transportes por aplicativo e clandestinos. “Antes, registrávamos 90 mil passagens por dia. Hoje, esse número gira em torno de 50 mil passageiros. O Uber e os clandestinos têm papel nisto”, pontuou.

Em relação à gratuidade nas passagens, Colbert afirmou que vai cobrar do Governo Federal um fundo de auxílio para cobrir o rombo nas empresas. “A lei da gratuidade para idosos é federal, então pedimos que eles paguem”, argumentou. 

Iminência de greve

A circulação dos ônibus no município enfrenta um gargalo envolvendo o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Feira de Santana (Sintrafs) e a prefeitura. Enquanto a categoria cobra um reajuste de 10,1%, “que é a inflação acumulada de 2020 e 2021”, Colbert alega dificuldades no caixa das empresas e do município.

“Os salários dos rodoviários de Feira de Santana sempre foram iguais aos de Salvador. Salvador já conseguiu este reajuste. Nós vemos aí a empresa Santana, que está vendendo suas linhas, com todas as dificuldades já atendeu [a reivindicação]. Todo o sistema de fretamento já atendeu. E o transporte urbano de Feira, rodando com a frota reduzida praticamente em 50%, ônibus lotados, a sociedade reclamando, e eles não atendem a reivindicação dos trabalhadores”, afirmou o presidente do Sintrafs, Alberto Nery, ao site Acorda Cidade.

Diante deste impasse, o sindicato anunciou greve a partir desta segunda-feira (23). A prefeitura, no entanto, ainda negocia com a categoria.