Advogada fala sobre dificuldades nos processos trabalhistas e problemas das empresas do terceiro setor 

Muitos profissionais que foram desligados da empresa durante o período da pandemia acabaram encontrando problemas para terem acesso aos direitos trabalhistas, mesmo em busca de auxílio da Justiça para construírem um consenso entre patrão e empregado. A advogada Karine Rocha, que é especilialista em direito do trabalho e previdenciário, afirma que é preciso de celeridade processual. 

“É muito difícil um trabalhador abrir mão do direito dele, da verba rescisória dele, mas muito tem acontecido, porque a gente sabe que são longos anos de processo. Eu tenho 22 anos de carreira e tenho processo de 20 anos, é surreal que ainda nem pensam em se pagar o trabalhador. Nós precisamos da celeridade processual”, afirma a profissional em entrevista ao programa Nova Manhã, da rádio Nova Brasil FM (104,7 FM), comandado pelo editor-chefe do Portal M!, o jornalista Osvaldo Lyra. 

Dra. Karine é especialista em direito do trabalho e previdenciário

Dra. Karine aponta as dificuldades da celeridade processual. Segundo ela, nem sempre a mediação encontra esse caminho, porque o empregado não pode renunciar totalmente os seus direitos e a empresa não pode justificar o seu período de grande dificuldade financeira para que não haja o pagamento de algo que é prioritário, o que atrasa ainda mais o consenso e causa angústia nos trabalhadores. Ela chama atenção para se ter um cuidado com os contratos.  

“Não está fácil, a gente precisa priorizar esse olhar em relação a essa questão […] Eu sou a favor que as empresas tenham cuidado com o contrato de trabalho. Tem que ter cuidado, procurar um profissional da área, uma assessoria jurídica, para que evite situações”. 

Terceiro setor 

Com 22 anos de carreira, Dra. Karine, também é presidente da comissão especial do Direito do Terceiro Setor, na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA), destaca a importância de respeitar os contratos e impactos da pandemia da Covid-19. Ela desta que as organizações sem fins lucrativos também foram afetadas com essa situação.  

“As organizações sem fins lucrativos, do terceiro setor também são empregadoras e existiram muitos casos de não repasses de recursos pelo poder público. Essas instituições também foram afetadas com toda essa situação. Muitas não conseguem viver de voluntariado pela continuidade e importância do trabalho”, disse. 

Assista a entrevista: