“A política pública para o setor de eventos foi zero”, dispara Adriano Malvar

O setor de entretenimento na Bahia foi fortemente afetado nos últimos meses em decorrência da restrição de eventos por conta da pandemia de Covid-19. Shows, peças de teatros e demais eventos culturais não puderam acontecer e, com isso, muitos artistas amargaram prejuízos enormes.

O Portal M! conversou com o presidente da Associação dos Profissionais de Eventos (APE), Adriano Malvar, sobre como foi lidar com este cenário adverso.

Malvar afirmou que os prejuízos durante a pandemia foram além do fator econômico. Ele ressaltou que há uma grande escassez de profissionais.

“Infelizmente, vamos demorar a recuperar esse prejuízo. O setor teve muito mais prejuízos, além do financeiro. Hoje temos uma escassez de profissionais, empresas que atuavam deixaram de atuar. As empresas que conseguiram se manter, apesar do grau alto de dívidas, sofreram juntas com a falta de manutenção dos equipamentos, e quando estamos tocando, microfone falha, cabos com ruídos, enfim. Só o nosso setor mesmo para um ajudar o outro, pois política pública foi zero”, lamentou.

Malvar salientou que, apesar das adversidades, o setor de cultura sempre se mantém otimista. “Otimistas nós somos, independente de pandemia, pois o setor cultural soteropolitano trabalha com alegria no rosto, amamos o que fazemos, terminamos um show já pensando no próximo, esse é o baiano que trabalha fazendo festa.”, descreveu.

“Mas quando pensamos em uma agenda positiva, infelizmente a gente fica à mercê dos órgãos públicos. Os diálogos são sempre políticos, e a cultura nunca deveria entrar nesse mérito. Mas se tiver que ir para esse campo, que seja política pública e não a do voto”, alertou.