“A greve só acaba com o restabelecimento do acordo coletivo”, afirma secretária-geral do Sincotelba, Lucília Correia

Uma decisão do Supremo Tribunal Federal pode dar fim à greve nacional dos trabalhadores dos Correios em todo o Brasil, segundo a secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos da Bahia (Sintelba), Lucília Correia. Ela espera que a Corte suprema mantenha, em julgamento agendado para esta sexta-feira (21), o acordo coletivo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), assinado no ano passado,  mas que venceu no último dia 1º.  

“Estamos dependendo que a decisão do STF seja em prol dos trabalhadores, do acordo coletivo firmado com o TST no ano passado e que foi suspenso. Se esse for o entendimento do STF, acredito que o fim da greve será decidido na assembleia da federação na segunda-feira (24)”, disse a sindicalista, referindo-se à Federação dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect). 

Segundo Lucília, 70% dos trabalhadores da Bahia cruzaram os braços. No acordo coletivo, comentado por ela, estão previstos a não abusividade da greve feita naquele momento, além do desconto parcelado dos salários dos dias parados, o reajuste de 3% (pouco abaixo da inflação, de 3,16%) e a manutenção de cláusulas sociais. 

Além desses pontos levantados pela categoria, Lucília também apontou que as agências dos Correios estão desrespeitando questões sanitárias de prevenção ao novo coronavírus. “Isso também motivou a greve. Só aqui, na Bahia, o sindicato já contabilizou 70 trabalhadores que morreram por causa do coronavírus”, acrescentou. 

Lucília também anunciou uma manifestação do sindicato para a próxima segunda-feira (24), caso a greve continue pelo fato do STF ter decidido contra a manutenção do acordo.
 
O que diz a empresa

A reportagem do Portal M! contactou os Correios. Em nota, a assessoria de comunicação da empresa informou que 83% dos funcionários estão na ativa e que possui um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.

Os Correios também ressaltaram que “não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados”.

“Os Correios acrescentaram que desde o início das negociações com as entidades sindicais, tiveram o objetivo de cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia”.