Não deu para quem queria: está na hora de um novo circuito para o Carnaval de Salvador?
O Portal M! ouviu o presidente do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador e o cacique Carlinhos Brown sobre o assunto
O Carnaval de 2024 foi marcado por uma série de acontecimentos inusitados, dentre eles, algo que aconteceu pela primeira vez na história da festa: os circuitos foram fechados em decorrência da superlotação.
No sábado (10), os acessos à Barra-Ondina, foram temporariamente interditados após o recorde de público no circuito. O volume de pessoas, de acordo com o prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), foi ainda maior na segunda-feira (12). Já na terça-feira (13), último dia de festa, o acesso ao Centro de Salvador foi precisou ser bloqueado pela Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), depois que cerca de 200 mil pessoas passaram pelo portal de abordagem e lotaram o Largo do Pelourinho, que recebeu shows de Baco Exu do Blues e BaianaSystem. De acordo com a pasta, a decisão se tratou de uma medida de prevenção de incidentes.
A procura de turistas pela capital baiana durante o período carnavalesco também contribuiu para essa superlotação.
O Carnaval de Salvador deste ano rendeu à cidade a confirmação do título de destino mais procurado do Brasil durante o verão. Segundo a Secretaria de Cultura e Turismo de Salvador, a taxa de ocupação do setor hoteleiro atingiu a marca de 93% no último domingo (11), o que representa um crescimento de 10% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
No Aeroporto de Salvador, um recorde também foi registrado, com 314 pousos em 2024. Número 13,7% que o contabilizado em 2023, que teve 276 pousos. A Rodoviária da capital baiana também acumulou bons números, com um crescimento de 41% na quantidade de chegadas de ônibus na cidade: 2.005 frente a 1.419 no ano passado.
O que dizem as autoridades
Diante dos números apresentados e da expectativa que no Carnaval de 2025 eles sejam ainda mais expressivos, o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), falou sobre a possibilidade da criação de um novo circuito para a festa em Salvador.
Em entrevista concedida do Bahia Meio Dia, Jerônimo declarou que, considerando os foliões que foram ao Arrastão da quarta-feira de cinzas, cerca de 12 milhões de pessoas estiveram nos vários dias de Carnaval. Diante disso, o gestor pontuou que os circuitos atuais já não estão dando mais conta da demanda de gente e que, por isso, outros espaços precisam ser estudados para garantir a segurança e o sucesso da folia.
O prefeito Bruno Reis, por sua vez, descartou a possibilidade de um novo circuito. Para ele, a solução está no fortalecimento do Carnaval no Campo Grande.
“A solução é desenvolver novos produtos aqui [no Campo Grande] e antecipar o começo do sábado. Você vai ter uma dificuldade, que é contratar artistas locais para se apresentar aqui, tendo em vista que eles estão tocando nos blocos lá. A gente vai ter que ter sabedoria para se reinventar e atrair, conseguir colocar aqui atração que mobilizem os foliões. Então, a solução é por aí. Agora o formato, a gente vai dar no momento certo, mas esse carnaval deixa como aprendizado a necessidade de antecipar o início aqui para o sábado”, disse durante uma coletiva de imprensa.
O que diz o Comcar
À frente do bloco As Muquiranas e da Associação de Blocos e Trios, o presidente do Conselho Municipal do Carnaval de Salvador (Comcar), Washington Paganelli, conversou com o Portal M! sobre a possibilidade de adoção de novos circuitos oficiais para a folia momesca da capital baiana. Para ele, as avenidas ficaram cheias, mas não houve, de fato, superlotação.
“Eu não acho que seja superlotação. Às vezes, você tem alguns espaços que eles ficam mais cheios dependendo das atrações que estão ali passando por aquele momento. Você não consegue dividir o público por todos os espaços iguais, então, quando normalmente vem uma grande atração, uma atração que tem o maior apelo, é claro que o público vai mais e usa aquele determinado espaço”, explicou.
O presidente do Comcar detalhou que a ideia de superlotação pode ser oriunda da impressão de quem está vendo a festa. “Quando nós temos grandes atrações, realmente vamos ter um público grande, mas eu confesso a você que eu também já vi isso há 10, 15 anos atrás. Essa superlotação que o pessoal está falando hoje, nós que trabalhamos no Carnaval, sabemos que, às vezes, é a imagem que passa, porque nós só prestamos atenção quando está passando uma atração. Repare que quando a atração vai embora, aquele espaço esvazia um pouco. E assim acontece em toda a Avenida 7, em toda a Praça Castro Alves, Carlos Gomes, acontece na Barra, no Farol e em todas as avenidas, até Ondina”.
Para Paganelli, já existem outros circuitos que foram criados para a festa, justamente com o intuito de desafogar os espaços oficiais. Ele citou o Carnaval que é realizado no Nordeste de Amaralina, em Itapuã, na Liberdade, em Cajazeiras e nas ilhas que compõem Salvador. De acordo com o presidente do Comcar, essas festas já são grandes e têm se fortalecido a cada ano.
Washington Paganelli ressaltou que também é comum que, com o passar do tempo, novas medidas sejam adotadas para a festa. “O Carnaval, antigamente, só desfilava na Rua Chile. Depois foi até o Campo Grande, e só depois veio o Circuito Barra Ondina. Ele está sempre mudando, e quem sabe teremos um novo Circuito em breve, para poder agregar um maior número de foliões?”, deixou em aberto.
Brown aposta na mudança
Em entrevista concedida ao Portal M! na segunda-feira (12) de Carnaval, o cacique Carlinhos Brown defendeu a criação do circuito na Boca do Rio como uma possível solução para a superlotação da Barra-Ondina. “Não vai acabar Barra, nem Campo Grande, vai se criar novos espaços”, pontuou.
“A gente tem que tomar consciência que o Carnaval da Bahia está crescendo, vai crescer muito. Então é notório que deva-se olhar a ideia da prefeitura, do prefeito Bruno, de aumentar um circuito lá pra Boca do Rio. Não está se dizendo que vai acabar a Barra. Não está se dizendo que vai acabar a Avenida. Mas a abertura do Carnaval desse ano mostrou o que deve ser feito, é trazer as atrações certas e fazer tudo para que verdadeiramente as pessoas tenham conforto. Não adianta as pessoas irem, se não estão as atrações”, afirmou Brown.
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