“As lives não têm como suprir o Carnaval, evento único”, lamenta foliã

Desde 2017, Karen Ramayana, saía de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, com destino à capital do Carnaval. Até 2020, ano da última edição da festa antes da chegada da pandemia de Covid-19, esse era um dos momentos marcantes na vida da estudante de Biomedicina.

“A gente vivia de alimentar essa expectativa de ir para o Carnaval, para Salvador”, explicou a sul-mato-grossense da cidade de Ladário – mora no Rio há 25 anos -, durante entrevista por telefone com o Portal M!. 

Agora, restam as lives, tão tradicionais no período pandêmico. “Sinceramente, como nos últimos anos da pandemia, fico assistindo quando tem lives, cantores, fico vendo vídeos, mas não tem muito como suprir o Carnaval, que é um evento único pra quem é folião”, lamentou a foliã de 31 anos.

A paixão pelo Carnaval de Salvador vem da adolescência, quando Karen morava na capital baiana. “Foi amor à primeira vista com a cidade, com o Carnaval”, detalha a foliã pipoca. 

O primeiro momento, claro, ela não esquece: “Quando eu ainda morava em Salvador fui para o Campo Grande, só de lembrar arrepia. Tava passando o trio do Chiclete, com Bell jogando as bandanas, o povo alucinado. A gente subiu numa varanda e, vendo aquele trio na minha altura, aquela música, aquela guitarra, a partir dali marcou demais a minha vida. Sensação única”.

Triste por mais um ano sem a realização do Carnaval de Salvador, Karen chega a perder a esperança, mas por pouco tempo. “Tem dias que acho que já perdi a esperança, mas quando escuto uma música, vejo minhs fotos, as lembranças trazem uma saudade que começo a pensar em chorar quando chegar a hota, [o próximo] vai ser o Carnaval da minha vida”, garantiu.

Foliã pipoca raiz, ela conta: “Prefiro pipoca, porque acho que é o verdadeiro Carnaval, a essência do Carnaval. Todos têm suas qualidades, particularidades, mas é a essência do Carnaval de rua. Todo ano chego cedo pra ir para a pipoca de Saulo, gosto de acompanhar a de Bell e sempre no arrastão do Psirico estou atrás, adoro, amo”.

Karen Ramayana, foliã que é fã da pipoca de Saulo. Crédito: arquivo pessoal.

Agora, Karen aguarda que o 2023 seja de comemoração pelo fim da pandemia com “We are Carnaval” tocando nos trios nos circuitos de Salvador. “Claro, é o hino da nação axezeira e micareteira”, lembrou.