Seu valor é definido pelo seu resultado?

Venho percebendo que se torna cada vez mais frequente a qualificação das pessoas somente pelo resultado que ela apresenta. E este pensamento tem se tornado tão comum, que muitos compram a ideia que alcançar a sua meta é provar o seu próprio valor.

Você pode estar pensando agora que não é este o seu caso. Mas seja honesto consigo: você nunca mensurou seu valor pelo que você entrega no trabalho, pelo que doa aos seus familiares ou pelo que você produz?

Assim que você acorda, você já é tomado pela cobrança do resultado não alcançado ontem? Ou já aconteceu contigo de se angustiar de forma desproporcional ao não enxergar o resultado daquilo que você está semeando, ou até mesmo, de se sentir sem valor, sem utilidade ou um fracasso por não alcançar a meta desejada no tempo esperado? 

Se algumas dessas situações já lhe aconteceu, eu preciso te falar algo muito importante: você não é e nem nunca foi o seu resultado!

Para entender melhor onde quero chegar, imagina a seguinte situação: um aluno, que é dedicado e estudioso, e que domina todas matérias dadas em sala de aula. O fato deste aluno ter este comportamento viabilizará que ele tire uma boa nota na prova, mas isto, por si só, não é garantia do seu bom resultado, correto?

Ele pode ter, por exemplo, uma dificuldade em ser objetivo, e em uma prova, por ausência desta habilidade, não tirar nota compatível com o seu conhecimento. Ou ainda, no dia da prova, ele pode ter tido um problema que abalou seu estado emocional, gerando um resultado abaixo do que ele teria a capacidade de obter.

Neste simples exemplo observa-se um fato que é incontestável: a pessoa acima é um aluno comprometido e domina os assuntos ministrados em aula. 

Então seria correto neste caso, em razão do seu resultado no exame, defini-lo como mau aluno? 

Seria coerente afirmar que se ele teve pontuação insuficiente isso significa necessariamente que ele não tinha conhecimento? 

Este mero caso nos demonstra que existem uma série de fatores (não só internos, mas também externos) que podem interferir no seu resultado. Então, mesmo que você tenha conhecimento e competência, e ainda que faça a sua parte, você pode sim ter um resultado incompatível com o esperado. 

Mas se isso lhe ocorrer, antes de achar que nunca irá conseguir, antes de se desvalorizar ou até mesmo de entrar em um vazio existencial, vamos tentar enxergar este resultado de uma outra perspectiva?

Assim como a meta é apenas uma possibilidade, um norte a ser seguido, e não o único caminho, o resultado se apresenta como um diagnóstico de onde você acertou, errou e/ou em qual ponto é preciso ainda a realização de ajustes. O resultado não é você, mas sim o seu termômetro, que lhe auxilia na compreensão dos seus próximos passos. 

Sim, o resultado importa. E, seja ele qual for, ficará registrado na sua jornada. Mas a sua importância maior está na oportunidade que ele nos oferece de fortalecer/reformular o nosso caminho. Ou seja, um resultado, se bem aproveitado, vira, no mínimo, um aprendizado.

Neste ponto vale destacar que da mesma forma que o boletim não tem o poder de invalidar todo o conhecimento adquirido por aquele aluno e nem de definir quem aquele aluno é, o seu resultado, por si só, não é suficiente para, reitere-se, sozinho, definir tudo o que você é e todo o seu valor.

Com a visão da terapia integrativa sinto que é importante não apenas entender quem somos e onde queremos chegar, mas também nos permitir colher os aprendizados de cada resultado, em especial daqueles não desejados, pois eles são essenciais para que possamos nos aprimorar, adquirir experiência e nos capacitar para chegar onde realmente queremos estar.  

Assim, se o seu resultado alcançado foi aquém do esperado, ele pode ser encarado não apenas como um ponto de chegada, mas também como o ponto de início de uma nova etapa da sua jornada.

Eu sei o quão desafiador pode ser alcançar esse novo olhar e você pode estar pensando que talvez isso não seja para você.  Mas gostaria de te dizer que você não precisa trilhar por este caminho sozinho e que, através de um trabalho terapêutico você pode, com auxílio e suporte, criar uma realidade para você sem tanta angustia, ansiedade e desvalor. 

E, independentemente de você trilhar pelo seu caminho sozinho ou acompanhado, lembre-se sempre:  o resultado é apenas uma parte da sua trajetória e está longe de definir tudo o que você é e de resumir toda a sua caminhada.

*Daniela Calegari é terapeuta integrativa, thetahealer com formação certificada internacionalmente pelo  Think ThetaHealing Institute of Knowledge, idealizadora da Jornada “Assuma o Comando do seu 2022”, staff da terapeuta Manu Lins no projeto de “Mentoria de Carreira para Terapeutas”. Dedicada ao entendimento do comportamento humano, inclusive através do estudo das emoções, da neurociência e da relação corpo humano e emoções, almeja através da terapeuta integrativa promover autoconhecimento e bem-estar às pessoas, para possibilitar que estas potencializem a realização dos seus sonhos e metas. 

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