Que golpe? Que golpe?
Por Adilson Fonseca*
“Eles criticam tudo a meu respeito – e quero dizer tudo mesmo: meu comportamento, minha personalidade, meus modos; cada centímetro meu, da cabeça aos pés e dos pés à cabeça” Anne Frank (*1929-1945) – Annelies Marie Frank, vítima do Holocausto, escreveu, enquanto se escondia dos nazistas, o “Diário de Anne Frank”, entre 12 de junho de 1942 e 1º de agosto de 1944.
Quando dois generais estão em guerra, cada um de um lado da ponte, e, quando o primeiro quer a paz, ele vai até o meio da ponte e aguarda que o outro faça o mesmo. A partir de então, sem recuo de suas estratégias, iniciam as conversações para um possível acordo e a paz. Foi assim que o presidente Jair Bolsonaro agiu, na semana passada, quando divulgou uma Carta à Nação, onde procurou mostrar que estava pronto para o diálogo, e evitar a continuação da guerra, que é prejudicial aos dois lados.
Nessa conflagração, onde o Executivo nada mais fez que reagir às provocações do Judiciário, na figura de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), frequentemente ultrapassando as barreiras constitucionais entre os poderes da República, o presidente deu mais uma demonstração de que quer continuar a agir dentro das quatro linhas da nossa Constituição. Mas do outro lado, até então, não há ainda a disposição para a paz. E a palavra “golpe” é insistentemente bramida como uma espada de guerra.
No comportamento histriônico que vêm adotando nos últimos anos, os ministros do STF veem o golpe nas ruas, nas esquinas, nos bares, mas principalmente nas mentes de pessoas. Adotam um comportamento dramático e veem fantasmas onde só existem realidades. O golpe teria um nome: Jair Bolsonaro, que lidera uma horda de bolsonaristas no País.
No último 7 de Setembro, Feriado da Independência, o Brasil viveu uma, senão a sua maior, manifestação cívica e popular, com o povo indo às ruas em apoio ao presidente da República. Velhos, idosos, crianças, anônimos e famosos, famílias inteiras que se deslocaram de seus lares, e de suas cidades, para se concentrarem nas grandes cidades, principalmente Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Não se registraram atos de violência ou vandalismo e, apesar do drama anunciado com exaustiva antecedência nos grandes veículos de comunicação e lideranças que se opõem ao presidente Jair Bolsonaro, tudo transcorreu dentro do equilíbrio e normalidade.
Mas, com comportamento histriônico, os opositores do presidente da República viram nessas manifestações um Golpe do Estado que se avizinha, se avizinha… e nunca chegou. O Jornal Nacional, o meio de comunicação de maior audiência no Brasil, abriu a sua edição do dia 7 de Setembro afirmando que multidões foram às ruas pedir um Golpe de Estado. Um caso inédito na história da humanidade, em que o povo vai às ruas, de forma pacífica, pedir liberdade de expressão e a defesa da Constituição, que a cada dia vem sendo escancaradamente desrespeitada.
Colunistas e âncoras dos grandes jornais e TVs viram a ação de milícias insuflando um golpe que deveria ser dado por Bolsonaro… no próprio Bolsonaro, que foi eleito democraticamente por mais de 57 milhões de brasileiros em 2018. Crianças milicianas, muitas delas ainda nos carrinhos de bebês, idosos milicianos, evangélicos e católicos, todos milicianos. Mas os “milicianos”, ao contrário dos “democratas”, gente fina e educada, como foram rotulados, não quebraram estações de metrô, apedrejaram agências bancárias e nem queimaram estátuas de personagens da nossa história.
Sobrou até para um norte-americano em visita ao Brasil, visto como ameaça à nossa democracia. Jason Miller, ex-porta voz do ex presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e CEO da rede social GETTR, ao tentar embarcar de volta aos Estados Unidos, foi detido pela Polícia Federal, no Aeroporto de Brasília, a mando do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Miller veio ao Brasil dar uma palestra em evento conservador e propagandear sua plataforma online.
No Day After das manifestações, vistas como atentatórias à democracia, brasileiros dos mais diversos matizes socioeconômicos e culturais, foram às ruas justamente para tentar evitar um golpe que vem sendo ensaiado desde 2018, logo após o resultado das eleições. Gritaram, quase que em uníssono, pelo respeito à Constituição Brasileira. E o presidente, após o calor das manifestações, vai agora para o meio da ponte, acenar com a necessidade de estabilidade do País, e aguardar a reação do outro lado.
Golpe? Ele vem sendo articulado (sem sucesso) desde 1º de janeiro de 2019, fruto de um inconformismo sem precedentes com a vontade da população, que agora foi às ruas para defender justamente … a democracia.
* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço às quartas-feiras.
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