Caminho São Caminhão

Tava seguindo a vida como um andarilho bom de pista.

Ou como o viajante mais honesto da rodada.

Contudo, menos com-sigo.

E ai? Conseguiria?

Seguia contido e represado.

Era uma certeza rarefeita de que um dia a benevolência me encontraria.

Mas ela não me procurava.

Ela, a virtude da existência, redundantemente, já existia em mim.

Bastava só um olhar sem mau olhado: foco.

Precisava ser visto por quem mais me amava, aquele que não me deixa por nada e que sempre esteve com-migo.

E foi aí que a esperança se encheu de ar e de cor tomando pra si aquele corpo suado, surrado e convalescente de um gafanhoto marrom.

E quando eu vi que a luz que fica no fim do túnel é a mesma que a gente carrega na testa, entre os olhos, guiando nossa trilha, clareou em mim a ideia da chegada menos demorada e latente:

Aquela que chega todo dia.

Ao amanhecer.

Orvalho de gente é suor.

O final feliz se inicia todo dia.

Digita RECOMEÇO, e vai.

* Telmo Moraes Pedreira – cirurgião-dentista, CROBA 6670.

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