Artigo: Um ano sem quase tudo

O primeiro registro oficial de Coronavírus (Covid-19) no Brasil ocorreu em 16 de fevereiro do ano passado. De lá para cá, até a última sexta-feira, o país registrou 9.765.455 casos, e 237.488 mortes. O que normalmente os grandes veículos de comunicação não relatam é que dentre todos os casos registrados, 8.6787.327 (88,9%) são de pessoas […]


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Ana Cristina 17/02/2021 08:00 Artigos

O primeiro registro oficial de Coronavírus (Covid-19) no Brasil ocorreu em 16 de fevereiro do ano passado. De lá para cá, até a última sexta-feira, o país registrou 9.765.455 casos, e 237.488 mortes. O que normalmente os grandes veículos de comunicação não relatam é que dentre todos os casos registrados, 8.6787.327 (88,9%) são de pessoas que passaram pela doença e se recuperaram. Número bem acima da quantidade de casos ativos (849.639), que são os pacientes em acompanhamento médico.

Desde o primeiro caso, ocorrido em São Paulo, com um homem de 61 anos, que após procurar um serviço de saúde com sintomas respiratórios, teve a doença confirmada em 26 de fevereiro, o Brasil assistiu a uma série de eventos ligados à doença. Desde a sua disseminação por todos os municípios, até aos escândalos de desvios de recursos federais na compra de equipamentos para o combate à pandemia, o chamado “Covidão”. 

Nesse período, o Ministério da Saúde já tinha destinado aos 26 estados e ao Distrito Federal, R$ 177,3 bilhões, sendo que desse total foram R$ 133,1 bilhões para serviços de rotina do SUS, e outros R$ 44,2 bilhões para as ações diretas de combate ao Covid-19. Também foram comprados e distribuídos 23,7 milhões de unidades de medicamentos para auxiliar no tratamento da doença, 301,5 milhões de EPI, 15,5 milhões de testes de diagnóstico, e 79,9 milhões de doses da vacina contra a gripe, que ajuda a diminuir casos de influenza e demais síndromes respiratórias.

Mas foi também nesse período que pouco ou nada se falou sobre perspectivas que trouxessem alentos para os que foram contaminados e para aqueles que vivem na expectativa de o serem a qualquer momento. Deu-se muito mais ênfase à contagem, às vezes com nuances de morbidez, do número de mortos à cada dia, e quase nada se falou dos avanços na cura dos pacientes infectados. Ao atingir a marca das 100 mil mortes, foi quase que como o levantar da taça de um campeonato, onde a disputa parecia ser, não mais a manutenção da vida, mas o advir da próxima morte. Como em uma competição esportiva, aos aumentos do número de casos, falava-se em “quebra de recorde”, como se houvesse uma mata a ser batida..

Em um ano, tirou-se o emprego de milhões de pessoas, no Brasil e ao redor do mundo, condenando-as à miséria. Mas tirou-se também a esperança de outros milhões, que como náufragos, se agarram a qualquer objeto que flutua e que pode se constituir em sua salvação. E esses objetos se chamaram Hidroxicloroquina, Ivermectina, Anita, depoimentos e resultados “off label” de médicos e cientistas, que mesmo sem comprovação científica, atestaram algum efeito, que se não apontaram para a cura definitiva, indicavam, ações preventivas contra o avanço da doença.

Em nome da ciência, adotou-se o lockdown radical, prendendo pessoas que andavam nas praias, ou simplesmente estavam sentadas em praça pública. Aqueles que ousaram questionar as diretrizes da Organização Mundial da Saúde, que mais tarde foram revistas pelos próprios cientistas da entidade, foram ameaçados de banimento das redes sociais, chamados de genocidas e até mesmo fascistas e nazistas. E mesmo quando se questionaram detalhes da vacina e seus possíveis efeitos colaterais, apenas porque se se quer ter uma segurança sobre o que lhe será integrado no organismo, estes foram taxados de anti- vida, negacionista e todos os “istas” possíveis.

Em um ano de pandemia, o Brasil já registra mais de 8,6 milhões de pessoas curadas da Covid-19. No mundo, estima-se que pelo menos 29 milhões de pessoas diagnosticadas com Covid-19 já se recuperaram, o que coloca o Brasil como um dos que mais curam seus doentes. Isso nos dá um alento para uma doença que pode vir a se transformar em endêmica, em que as vacinas terão que ser anuais e as pessoas terão que aprender a conviver com elas. Mas principalmente a viver, com esperanças que os maiores obstáculos não são impossíveis de serem superados.

Felizmente a esperança e o otimismo de dias melhores não nos foram tirados! Com eles poderemos seguir em frente.

 “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. Ariano Suassuna (1927 – 2014) – Dramaturgo e poeta brasileiro, ocupou desde 1990 a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras.

* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço às quartas-feiras.

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