ARTIGO: Os que vivem sem sair da bolha

Dizem que quando a Ema e o Avestruz ouvem um barulho a que não estão acostumados, costumam se esconder, enfiando a cabeça em um buraco para não verem o que está ao seu redor. Mas deixam o resto do corpo à mostra. Da mesma forma, ativistas ideológicos costumam fantasiar a realidade com caricaturas, para não enxergarem a realidade de um mundo que se transformou. Apegam-se às suas convicções e passam a viver em uma bolha, alheios ao que se passa ao redor, mantendo suas visões deturpadas de um mundo que construíram, e que só existem em suas mentes.

Tem sido assim com aqueles que ainda se apegam aos ideais stalinistas, de uma antiga União Soviética e o Socialismo deturpado, ou de teorias marxistas que não se aplicam à realidade do mudo do século XXI. Idolatram líderes e regimes, teorias e práticas, que a história vem mostrando quanto nefastas foram, e não conseguem viver fora dessa bolha, onde não existem evoluções e que se cristalizaram em suas mentes e modos de vida. E por isso se desesperam quando confrontados com a realidade.

A pandemia do Coronavírus não revelou essas posturas, apenas trouxe-as à tona, ou no linguajar popular, fez sair do armário esses tipos de comportamentos, antes represados pelas convenções sociais, e que agora explodem sem o menor pudor dos seus autores. São posturas radicais, insanas, e que parecem revelar uma natureza comportamental doentia, dos que não admitem o contraditório, e que, quando não conseguem sufocar e parar o processo evolutivo da sociedade, onde as coisas vão se moldando às novas realidades que surgem, fazem como o avestruz e a ema, e escondem a cabeça em um buraco, ou se trancam em uma bolha ideológica.

Na semana passada o mundo de Hollywood se surpreendeu (nem tanto assim, a observar os seus habitantes reclusos em um mundo de fantasia) ao assistir a um vídeo em que a veterana e idolatrada atriz Jane Fonda, 82, dizia que a chegada do Covid-19 foi uma espécie de benção de Deus para os movimentos de esquerda em todo o mundo. “Somos pessoas que podem ajudar a determinar para que lado a humanidade vai. Que grande presente, que tremenda oportunidade, temos muita sorte, só temos que usá-lo com toda a inteligência, coragem e recursos que temos. A Covid-19 é um presente de Deus para a esquerda”.

Antes foi a vez do escritor brasileiro, Paulo Coelho, 74, um dos mais bem-sucedidos do mundo, e que vive na Suíça, que postou em sua conta no twitter, um pedido de boicote aos produtos brasileiros, como forma de protesto contra o presidente Jair Bolsonaro. “Boicote exportações brasileiras ou o Taleban cristão controlará o país”, disse. O próprio ex-presidente Lula fez o mesmo, em maio deste ano, quando disse, referindo-se à pandemia do Covid-19, que “Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus, porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises”. Hoje até mesmo a Organização Mundial da Saúde revê seus conceitos de lockdown, e as consequências socioeconômica negativas de um isolamento radical

Na semana passada, no auge do confinamento na bolha ideológica, ativistas do Greenpeace resolveram protestar contra o que consideram como a devastação criminosa da Amazônia e do Pantanal. Erigiram uma estátua do presidente Jair Bolsonaro, com quatro metros de altura, como uma caricatura de Nero, um dos mais cruéis imperadores romanos (37 d.C- 68 d.C) em uma área do Pantanal afetadas incêndios. E com o slogan: “Pátria queimada, Brasil”. Sem comentários!

*** Para os que vivem na bolha cabe a frase: “Uma mentira (e fatos) contada mil vezes, torna-se uma verdade”. – Paul Joseph Goebbels (1897 – 1945) ministro da Propaganda na Alemanha Nazista.

* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço às quartas-feiras.

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