Artigo: Os mestres nunca morrem
Homenagem Póstuma ao maestro Petrúcio Ramos
Na qualidade de filho desta antiga taba dos extintos guerreiros Urumarys, amante do Velho Chico e das muitas artes existentes neste celeiro de grandes artistas, comparo o saudoso maestro Petrúcio Ramos de Souza, conhecido pelos contemporâneos e amigos como “Petrúcio de Lulu”, às lagoas de Pão de Açúcar, hoje desaparecidas, embora, no passado, foram muito frequentadas pelos irmãos Ramos de Souza e tantos outros meninos.
As muitas e antigas lagoas que aqui existiam, representavam a fartura, a alimentação prazerosa e garantida, a “barriga cheia” das famílias pobres desta terra ribeirinha, onde a esperança emergia no coração de cada adulto, de cada adolescente, de cada criança, enfim, de cada clã.
Das lagoas extraia-se a sobrevivência de numerosas pessoas, por meio de grandes cardumes das mais variadas espécies e dos extensos arrozais, que impulsionavam os batalhões com suas cantigas, tradições e crenças.
E ele – o abnegado e imortalizado maestro e filho ilustre da Terra de Jaciobá – ao passar para o quadro de oficiais reformados da Aeronáutica, voltou de Salvador para seu torrão natal, carregando na mala seus instrumentos, para ofertar oportunidades e esperança de melhores dias à juventude ociosa pão-de-açucarense, legado herdado do Mestre Nozinho, de quem Petrúcio e demais Irmãos receberam ricos ensinamentos musicais e, de volta à terrinha, soube retribuir com o mesmo esmero.
Petrúcio Ramos, o bom, rigoroso e amigo maestro, fez muitos e talentosos discípulos, empregou jovens, fez renascer a esperança em muitas famílias e em muitos cidadãos e cidadãs, conseguindo, através da música, emprego e estabilidade financeira, gerando, destarte, mesa farta (“barriga cheia”) para uma quantidade enorme de jovens conterrâneos, hoje espalhados por este gigante Brasil.
Do mesmo modo que as nossas saudosas lagoas, o nosso saudoso maestro muito contribuiu para o engrandecimento deste Paraíso da Água Doce, iluminado pela imagem do Cristo Redentor que, de braços abertos, está a abençoar filhos e peregrinos.
O escritor e roteirista Thiago Manzo escreveu: “Acredito piamente que mestres nunca morrem – os professores vivem para sempre”.
Petrúcio Ramos de Souza foi mestre e professor, guardião da disciplina que aprendeu nos quartéis militares que formam de cidadãos e reverenciadores dos símbolos oficiais da Pátria.
Sua partida inesperada, na madrugada de 1º de janeiro de 2021, após ter passado o dia inteiro comemorando o Ano Novo com familiares, amigos e alguns de seus discípulos, deixou uma lacuna impreenchível no seio da coluna pão-de-açucarense.
Contudo, apesar da imensurável saudade deste ícone que enalteceu de forma extraordinária sua terra natal – Pão de Açúcar – Petrúcio Ramos brilhou como uma estrela de primeira grandeza, que enfrentou, também, nuvens carregadas de má vontade e de inveja, as quais tentaram, em vão, encobrir sua luz candente – porque sua missão terrena foi determinada por Deus.
Para todos nós que conhecemos e testemunhamos o seu magnífico trabalho, sempre haveremos de dizer que o maestro Petrúcio Ramos de Souza morreu, assim como viveu: brasileiro, alagoano, pão-de-açucarense, dedicado às retretas e procissões, amante do rio São Francisco e da boa música do “Espelho da Lua”!
*Jornalista, escritor, âncora de radiojornalismo, blogueiro, pensador, historiador, produtor de cultura e palestrante. Membro da Academia de Letras de Pão de Açúcar (ALEPA).
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