ARTIGO: Os equívocos de Paris*
O dramaturgo grego Eurípedes (480 a.C – 406 d.C), dizia que “O homem poderoso que junta a eloquência à audácia torna-se num cidadão perigoso quando lhe falta bom senso”. Autor de 17 obras literárias nos estilos tragédias e dramas satíricos, dentre as quais “Medéia”, “Hipólito”, “As Bacantes”, costumava enveredar pelo lirismo poético aos conflitos existenciais, […]
O dramaturgo grego Eurípedes (480 a.C – 406 d.C), dizia que “O homem poderoso que junta a eloquência à audácia torna-se num cidadão perigoso quando lhe falta bom senso”. Autor de 17 obras literárias nos estilos tragédias e dramas satíricos, dentre as quais “Medéia”, “Hipólito”, “As Bacantes”, costumava enveredar pelo lirismo poético aos conflitos existenciais, com questionamentos da religião e da moral tradicional mostrando os limites da razão humana.
Talvez o próprio Eurípedes, e aqueles que sofreram suas influências, como os escritores Sêneca, Racine, D’Annunzio e Sartre, se surpreendessem, 2.500 anos depois, com o que se passa na Paris do século 21, ou pelo menos nas decisões da sua prefeita, Anne Hidalgo. E perceberiam que quando se pensa em limites das ações humanas, esses limites são facilmente ultrapassados, quando fazemos prevalecer, ante a realidade, os nossos desejos e angústias.
Alçado à condição de personalidade- cidadã parisiense, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o título de cidadão honorário em Paris. O título é uma espécie de adoção política concedida a uma pessoa pela autoridade de alguma localidade. Com o título de cidadão essa pessoa a ser um irmão, um conterrâneo, uma pessoa da terra natal. E a justificativa de Paris é que Lula promoveu a “redução das desigualdades sociais e econômicas no Brasil”. Um equívoco francês, dos muitos que o País cometeu ao longo da sua história.
A prefeita de Paris, por certo, não deve ou não deve ter acompanhado os noticiários do Brasil nos últimos anos, a não ser aqueles que devem ter sido repassados em briefing por assessores do ex-presidente brasileiro. Se não teria sabido que o ex-presidente Lula foi condenado em dois julgamentos, em 2ª Instância, que somadas as penas, dão mais de 20 anos de prisão em regime fechado, por corrupção. E que ainda responde a mais outros cinco processos, também pelo mesmo motivo.
Teria sabido ainda que nos governos dos últimos anos (Lula e Dilma Rousseff, sua cria na política), houve o maior assalto aos cofres públicos no Brasil, que ultrapassou a casa das dezenas de R$ bilhões. E que a ex-presidente Dilma Rousseff, também homenageada em Paris, sofreu impeachment por improbidade administrativa e que seus ministros, como os ex-ministros de Lula, ou estão presos ou responde a inquéritos na Justiça Federal no Brasil.
A redução da desigualdade, tão propalada pelo Governo Lula e sua sucessora, Dilma Rousseff, na verdade, foi um engodo que rendeu ao País a pior recessão da sua história, graças aos rombos feitos aos cofres públicos. Que o Programa Bolsa Família e Reforma Agrária, ficaram “recheados” de fraudes, as mais diversas, dentre as quais o pagamento de benefícios a pessoas falecidas, cadastros falsificados e títulos agrários concedidos sem quaisquer critérios de reforma agrária.
São posicionamentos alheios à realidade do que se passa ou se passou no Brasil nos últimos anos, e que em nada se relaciona ao título de cidadão honorário nos atuais momentos da história brasileira. Paris, mais uma vez, em nome de uma ideologia, se equivoca e tenta passar ao mundo uma visão distorcida da realidade brasileira.
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A França, ao longo da sua história, surpreendeu o mundo, de forma negativa, em diversas ocasiões. Se por um lado teve momentos audaciosos, como a Revolução Francesa (1789, com os ideais Liberdade, Igualdade e Fraternidade, de imediato estragou o que seria um legado histórico, legado por conta de ideologias equivocadas. No período imediato pós-revolução, impôs o terror, sob a liderança de Maximilien Robespierre, que determinou a guilhotina para milhares de opositores. E protagonizou o Golpe de Estado organizado por Napoleão Bonaparte.
Foi assim também na Segunda Guerra Mundial, quando, sob a liderança do marechal Philippe Pétain, implantou a República de Vichy, um estado fantoche do Nazismo, que perdurou até o fim da guerra, em 1945. O marechal, contrariando o que pregava antes da guerra, fundou a Terceira República, com plenos poderes, anulando políticas liberais e exercendo um controle rígido do país, suprimindo as ações de sindicatos, os direitos das mulheres e dos meios de comunicação, que passaram a ser rigorosamente controlados, passando a transmitir mensagens anti-semitas e, posteriormente, a partir de 1941, anti-bolcheviques.
*Adilson Fonseca é Jornalista e escreve neste espaço sempre às quartas-feiras.
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