ARTIGO: O X da Cloroquina*
A história se passa a bordo de um avião executivo levando oito passageiros e dois pilotos. De repente, a 10 mil metros de altura vem uma mensagem da cabine, avisando que o avião entrou em pane e vai cair. Todos ficam apavorados e de repente descobrem, no fundo da aeronave, várias caixas contendo exatos 10 […]
A história se passa a bordo de um avião executivo levando oito passageiros e dois pilotos. De repente, a 10 mil metros de altura vem uma mensagem da cabine, avisando que o avião entrou em pane e vai cair. Todos ficam apavorados e de repente descobrem, no fundo da aeronave, várias caixas contendo exatos 10 paraquedas. Correm para abrí-las e usá-los, mas eis que alguém adverte: os equipamentos não são seguros, pois não têm o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)! Bem, o final da história fica em aberto para que cada um faça a sua escolha.
No Brasil atual da pandemia do coronavírus, parece ser proibido se ter esperanças. E parece não ser politicamente correto se falar em experimentos com a Cloroquina para o combate à Covid-19. Parece haver um certo melindre e até mesmo vergonha, em se falar das tentativas da Medicina em buscar, através do uso controlado do medicamento, o tratamento para a pandemia. Por que foi esse o caminho buscado pelo presidente Jair Bolsonaro e o seu colega norte americano Donald Trump?
O ar de desdém de alguns veículos da chamada grande mídia, quando abordam o assunto, sempre enfatiza que ainda não existe uma conclusão de estudos que comprovem a eficácia do tratamento, mas pouco ou nada se referindo aos resultados positivos dos experimentos já realizados com pacientes, principalmente no Brasil. Essa postura denota não apenas um pessimismo, mas uma politização de um assunto que tem grandes possibilidades de tratamento e até mesmo vir a ser a cura para a Covid-19.
O menosprezo, que em alguns casos beira a tentativa de desacreditar o que já vem sendo feito, ao que parece, nada tem a ver com as propriedades químicas e farmacológicas do medicamento. Mas sim com a situação política no Brasil e nos Estados Unidos, onde os respectivos presidentes, Jair Bolsonaro e Donald Trump, foram, desde o início da pandemia em seus países, os mais entusiastas do uso do medicamento.
Na semana passada, em um programa de televisão em rede nacional ao vivo, o apresentador questionou o infectologista David Uip, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, que se negou a confirmar o uso do medicamento, afirmando que seguiu o protocolo do Ministério da Saúde. O protocolo do MS recomenda, em casos graves e com a devida orientação de infectologistas, o uso do hidroxicloroquina e azitromicina, em situação de gravidade de riscos. David Uip, de 67 anos, foi diagnosticado com a Covid-19 no dia 23 de março.
O mesmo medicamento, que serve de pano de fundo para embates ideológicos no Brasil, também foi usado, segundo relato à Revista Veja, no tratamento do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando. Infectado, ele ficou uma semana internado na UTI do Hospital São Luiz em São Caetano do Sul (SP). Na semana passada, ele teve alta depois de ter sido tratado com a Cloroquina.
No final do mês passado, diante do aumento expressivo dos casos de Covid-19, nos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), que é a agência oficial reguladora de medicamentos e alimentos, aprovou, emergencialmente e de forma limitada, o uso da Cloroquina e da hidroxicloroquina. O fato de não haver ainda estudos conclusivos sobre os benefícios do uso do medicamento, que já existe há vários anos no tratamento da malária, lúpus e artrites, não invalidam as pesquisas e os seus resultados, ainda que parciais, mas satisfatórios.
Nessa polarização, não existe o medicamento da direita ou da esquerda. Existe o medicamento que dá certo ou não. O fato de os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump terem sido, desde o início, árduos defensores do seu uso não significa a paternidade do tratamento, que é exclusivamente
dos avanços da Medicina. A saúde humana não deve ser movida pela ideologia. E no Brasil, por conta dessa polarização ideológica, parece que muitos torcem não pelo bem da população, mas a favor do vírus.
Cloroquina, plasma sanguíneo e até mesmo a combinação de antibióticos e corticoides vêm sendo testados com sucesso. Sejam, portanto, bem-vindos.
P.S. – Os passageiros e tripulantes, do avião em queda, resolveram arriscar e usaram os paraquedas. Não se sabe, contudo, se estes funcionaram.
* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço sempre às quartas-feiras.
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