Artigo: No limite do caos

A confissão pública do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na última quarta-feira durante entrevista ao Jornal da Manhã, na Joven Pan, afirmando que o lockdown não tem comprovação científica de eficácia, mas que mesmo assim resolvera adotá-lo em todo o Estado, e o apelo desesperado do prefeito de Aparecida, cidade do interior paulista, Luiz […]


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Ana Cristina 24/03/2021 08:00 Artigos

A confissão pública do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, na última quarta-feira durante entrevista ao Jornal da Manhã, na Joven Pan, afirmando que o lockdown não tem comprovação científica de eficácia, mas que mesmo assim resolvera adotá-lo em todo o Estado, e o apelo desesperado do prefeito de Aparecida, cidade do interior paulista, Luiz Carlos Siqueira, clamando pelo cestas básicas e comida para os mais de 80% da população desempregada, revelaram o drama e desespero de milhões de brasileiros com a pandemia do Covid 19.

Terceira maior economia do Brasil, com uma população de 21 milhões de habitantes, maior que a da maioria dos países europeu, Minas Gerais resolveu adotar o lockdown como forma de combater a pandemia do Coronavírus. Mas foi o próprio governador quem admitiu publicamente que não tinha certeza dos resultados da medida adotada, afirmando ainda haver uma ignorância mundial sobre o assunto. “Não temos conclusões sobre os estudos científicos e considero prematura, uma precipitação, qualquer conclusão, que ainda deve demorar alguns anos”, disse.

Na outra ponta, o prefeito de Aparecida, município paulista com 185 mil habitantes, às voltas com 80% da população desempregada, fez um apelo desesperado por comida para a população.

“Quando se fecha tem que se oferecer uma alternativa para que essas pessoas vivam”. Berço da religiosidade e fé dos brasileiros, onde está o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, padroeira católica do Brasil, a cidade vive do turismo religioso, que está cancelado por causa do lockdown imposto pelo governador de São Paulo, João Agripino Dória. “Nenhum ser humano pode ter dignidade se não tiver com que se alimentar. E nós vivemos isso aqui. Não queremos dinheiro. Queremos cestas básicas, comida, porque sem trabalho o povo está morrendo de fome”, desabafou o prefeito em rede nacional.

Já em Salvador, que vive também um lockdown, como em todo o Estado, com toque de recolher, um vídeo mostrando o desespero de um pai de família que está sem poder trabalhar, ganhou o Brasil. A fala do vendedor ambulante mostrou o desespero de quem não pode trabalhar: “O relógio aqui em casa não pula de 11 para uma hora. Ele passa pelo meio dia. E as crianças choram, pois é a hora da comida e a despensa está vazia”. 

As manifestações no final de semana anterior, ocorridas em todo o País, ao contrário do que disseram alguns veículos da imprensa, não foram feitas por “meia dúzia de imbecis”, como definiu um determinado site que antes era revista. Foram feitas por quem quer encontrar meios de sobreviver. E esse meio é o trabalho. Não foram de irresponsáveis, como os adeptos dos “paredões” ou “pancadões” de finais de semana. Foram de pessoas, muitas delas desesperadas, que querem o básico, o direito de trabalhar para ter o que pôr na mesa da família ao meio dia. E que estão impedidas.

Para os que não admitem sequer o debate, não se trata de negacionismo, palavra que está em moda, mas sim de racionalismo, do contraditório que leve a uma discussão mais ampla sobre alternativas. Se não mais se registram aglomerações, por causa dos lockdowns, de onde vêm os novos infectados pelo coronavírus? Não seriam decorrentes de um outro tipo de aglomerações, onde famílias com cinco a 10 membros, se amontoam em espaços contíguos, com menos de 25 metros quadrados, a maioria em bairros pobres, e que ficam aglomeradas porque não podem sequer ir às ruas, praças, praias ou mesmo caminhar na pracinha do bairro?

Entre os meses de agosto a novembro, as atividades da economia foram flexibilizadas em todo o país, com o comércio e serviços funcionando, parques e praias abertas, sem que se descuidassem dos procedimentos de segurança sanitária. Com dois casos registrados em fevereiro, quando surgiu o Coronavírus no Brasil, passou-se para 5.715 em março, saltando para 79.663 em abril, quando começaram os primeiros lockdowns. E continuaram a subir em maio (429.469), junho (887.841), e julho (1.260.444). A partir de agosto, com a flexibilização das atividades econômicas, os casos começaram a cair, registrando 1.245.787, chegando em setembro a 902.663, outubro (708.944) e novembro (800.723).

Após as eleições de novembro, recomeçaram os lockdowns e coincidentemente os casos voltaram a subir, conforme os números do Ministério da Saúde. Em dezembro foram 1.338.447 casos, janeiro (1.528.948) e fevereiro (1.346.978). O mesmo ocorreu com o número de mortes, saindo de 201 em março até atingir o pico de 28.907 em julho, e cair a partir de agosto, até atingir o menor nível em outubro (13.236), voltando a subir em novembro (21.805), e chegar aos 30.438 em fevereiro.

“Atividade essencial é aquela que garante o sustento para si e da família”

* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço às quartas-feiras.

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