Artigo: A conta chegou!
Você compra pão? Pois saiba que para isso é preciso que o padeiro vá para a padaria. E junto com ele vão também o balconista, a faxineira, o entregador de farinha, entre outros trabalhadores que ali estarão para que você tenha o pão todos os dias. Isso vale para o açougue, a peixaria, a loja […]
Você compra pão? Pois saiba que para isso é preciso que o padeiro vá para a padaria. E junto com ele vão também o balconista, a faxineira, o entregador de farinha, entre outros trabalhadores que ali estarão para que você tenha o pão todos os dias. Isso vale para o açougue, a peixaria, a loja de auto peças, a borracharia, e até mesmo o carro do ovo que passa na sua porta. E mesmo no modo delivery, antes de se entregar o alimento nas nossas casas, onde permanecemos em confinamento, tem uma retaguarda de funcionários, desde o cozinheiro, despachante ao embalador. Tudo para que os que ficam em casa não precisem ir para as ruas.
Mas e os que são obrigados a irem às ruas, por absoluta necessidade de sobrevivência? O que fazer com o ambulante, o garçom, o balconista, o verdureiro, o carro do ovo, o peixeiro, o padeiro, que têm nessas atividades o seu único sustento? Para eles essas atividades são essenciais para a sua sobrevivência. É fácil ficar em casa, resguardados da pandemia, quando se tem os meios de sobreviver. E com salários pagos regiamente, e rendas que permitem dispor do modus operandi do home office, o problema é menor.
Para muitos, basta ligar que o I Food estará na porta. Passar a lista de compras que o supermercado ou a farmácia, mandarão um entregador às casas para atender às necessidades de quem não pode ou não quer sair. Mas o entregador, e outros trabalhadores, estão expostos ao coronavírus, para que não falte nada aos que ficam em casa. Mas são estes e outros trabalhadores que saem às ruas por absoluta necessidade de trabalhar e sobreviver, que agora não podem trabalhar, por causa dos lockdowns.
Quando uma loja fecha, não se trata apenas de um espaço físico que deixou de funcionar. Significa que pelo menos quatro trabalhadores foram postos no olho da rua. O fechamento da loja não apenas reflete na queda da atividade econômica de forma direta da economia local, mas o seu efeito se estende para outras atividades de forma indireta, como fornecedores, fabricantes de insumos, transportes, alimentação e uma infinidade de serviços. Agora a conta chegou na forma de um desemprego brutal, e da queda do Produto Interno Bruto (PIB), por conta da paralisação da maior parte das atividades econômicas no País.
No ano passado, com a crise global provocada pela pandemia do novo coronavírus, a queda de 4,1% do PIB refletiu a quase total paralisação de todos os bens e serviços produzidos no país. O tombo só não foi maior por causa da implantação, pelo Governo Federal, do auxílio emergencial, que salvou a economia de mais de 60 milhões de brasileiros que ficaram sem poder exercer suas atividades, por conta do confinamento compulsório impostos por estados e municípios, no que foi essencial para a economia continuar funcionando e a população tivesse o mínimo poder de compra.
No balanço do ônus e do bônus, estados e municípios querem atribuir o desastre econômico e social ao presidente Bolsonaro. Mas esquecem que em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que caberiam aos entes da federação, as estratégias e a adoção de medidas para o combate ao coronavírus. Os ministros do STF chegaram à conclusão de que estados e municípios poderiam adotar medidas de isolamento social, fechamento de comércio e outras restrições, diferente do entendimento do presidente Jair Bolsonaro, ao qual essa tarefa caberia ao governo federal.
Depois de vários lockdowns, referendados STF, mantém-se o aval dado a Estados, Distrito Federal e municípios para que continuem a adotar as medidas de restrição social na pandemia, incluindo os toques de recolher, cujas ações têm sido marcadas por diversas arbitrariedades, com o uso da violência contra a população. Sem medidas de segregação dos vulneráveis, orientações para impedir aglomerações e punir quem não segue os protocolos sanitários, optou-se pelo trancamento geral, sem resultados animadores. É como proibir um avião de voar para evitar acidentes, quando o correto seria adotar medidas de segurança para que o voo seja seguro.
A conta chegou! Cabem agora a governadores e prefeitos, os responsáveis pelas medidas restritivas, assumirem o ônus das suas decisões e pagá-la.
* Adilson Fonseca é jornalista e escreve neste espaço às quartas-feiras.
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