Primeiro presidente da Fundação Palmares, Carlos Moura recebe homenagem em Salvador

O advogado Carlos Alves Moura, fundador e primeiro presidente da Fundação Cultural Palmares é o homenageado da primeira edição do Prêmio pelo Mérito da Igualdade Racial, concedido pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi), dentro da programação do Novembro Negro.

A láurea acontece nesta segunda-feira (8), às 20h, no Teatro Castro Alves, centro de Salvador. Além da entidade, Carlos Moura teve também destacada atuação na defesa da igualdade racial como diretor do Centro Nacional de Informação e Referência da Cultura Negra (CNIR) e como secretário executivo da Comissão Brasileira de Justiça e Paz.

“Carlos Moura fez da Palmares agente ativo do processo de alto-afirmação da afrodescendência, contribuindo decisivamente para a conscientização sobre a questão racial e para o protagonismo dos negros brasileiros na construção do seu próprio destino”, avalia a secretária Fabya Reis.

Na mesma solenidade também será entregue o Prêmio Luiza Bairros, a ex-ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, ao ex-secretário da Sepromi-Bahia, Luís Alberto, geógrafo Ataíde Lima, escritor Elias Sampaio, professor Raimundo Nascimento e a ex-secretária de Política para Mulheres do MST, Vera Lúcia Barbosa.

Contestação

Moura está sendo homenageado na Bahia, no momento em que a gestão da Palmares está sendo criticada nacionalmente. Ele inclusive tem sido uma das principais vozes de contestação do atual presidente da instituição.

“Levamos anos e anos para conseguir ter, na estrutura do estado brasileiro, um órgão que lutasse contra o preconceito, destinado a resgatar, estudar, difundir e respeitar a cultura afro-brasileira. Um órgão que buscasse superar o racismo e o preconceito da nossa população. Trinta anos depois, o governo brasileiro deu um passo atrás”, disse ele, em entrevista recente ao UOL.