“Um projeto que não agrada quem paga e quem recebe tem que ser modificado na sua íntegra”, afirma Angelo Coronel

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator da reforma do Imposto de Renda no Senado, diz que esse projeto não agrada os envolvidos e que por isso tem que ser modificado na sua íntegra.

“Um projeto que não agrada quem paga e quem recebe tem que ser modificado na sua íntegra para que possa, com isso, agradar os dois lados, ou seja, a pagador e o recebedor”, afirma em entrevista para o colunista do A Tarde e editor-chefe do Portal M!, o jornalista Osvaldo Lyra.

Entre os problemas atuais do projeto, ele destaca a tributação de lucros e dividendos. Segundo o senador, o governo quer distribuir os lucros acumulados até 31 de dezembro de 2021 e quando chegar em janeiro, haverá necessidade das empresas pagarem mais 15%, o que ele cita como uma bitributação.

“Isso aí só vai gerar um contencioso fiscal muito grande, e o Congresso não pode permitir isso. Então você simplesmente está querendo sacrificar aquele empresário que se utilizou dos lucros da empresa para ampliar a sua indústria, para aumentar a sua mão de obra, para modernizar a sua empresa, e você termina sendo penalizado por não ter distribuído os lucros e ter simplesmente reinvestido na sua empresa. Isso é um absurdo, isso é uma das coisas mais negativas do projeto se não for a maior”, pontua.

Angelo Coronel informa que ainda não há data para a aprovação do projeto, mas que o governo quer o aval do Senado e pela Câmara até o final desse ano para que possa implantar já em 2022.

“Mas eu não vejo como aprovar esse projeto em virtude dessas disparidades grandes que tem nele. Fora essa questão de lucros e dividendos, também tem a questão de aumento do imposto para empresa de mineração, cortes de incentivos para medicamentos, para produtos hospitalares, ou seja, o projeto faz uma salada, literalmente, com muito vinagre que está aí com certeza deixando todas as empresas do Brasil em polvorosas, querendo que Deus nos ajude, que pegue esse projeto e arquive, engavete, porque ele não vem a atender nenhum segmento do mercado brasileiro”, finaliza.