Relatório da CPI da Covid aponta que busca da imunidade de rebanho e atraso de vacinas impulsionaram mortes
Documento também cita priorização de tratamento precoce ineficaz e disseminação de fake news
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, concluiu em seu parecer que o “erro de estratégia” nas ações do Governo Federal no enfrentamento da pandemia contribuiu significativamente para elevar número de mortes. O documento indica que o Governo Federal foi omisso e “optou por agir de forma não técnica” no combate à emergência sanitária.
Entre as decisões tomadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o parecer critica a defesa da tese da “imunidade de rebanho”; a priorização do chamado tratamento precoce sem amparo científico; o desestímulo ao uso de medidas não farmacológicas, como o uso de máscaras; e o atraso na aquisição de imunizantes.
“Com esse comportamento, o Governo Federal, que tinha o dever legal de agir, assentiu com a morte de brasileiras e brasileiros”, disse o relator. Calheiros alega que as investigações da CPI demonstraram que a aquisição de imunizantes não foi uma prioridade do governo em nenhum momento.
“Essa atuação negligente apenas reforça que se priorizou a cura via medicamentos, e não a prevenção pela imunização, e optou-se pela exposição da população ao vírus, para que fosse atingida mais rapidamente a imunidade de rebanho”, afirma o texto.
O documento se ampara em um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) para justificar o “erro de estratégia” que “custou caro ao país”. Conforme estudo do Ipea recebido pela CPI, o Brasil registrou, em 2020, em proporção à sua população total, mais mortes por Covid-19 do que 89,3% dos demais 178 países com dados compilados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A primeira versão do relatório foi enviada por Renan Calheiros aos colegas da CPI na madrugada desta terça-feira (19). Ele admite que o texto ainda deve sofrer alterações diante de contribuições recebidas.
Indiciamentos de Bolsonaro
O documento de Renan Calheiros prevê 72 pedidos de indiciamento. Entre os nomes, o relator manteve um número amplo de acusações contra o presidente Jair Bolsonaro, e seus filhos Carlos, Flavio e Eduardo Bolsonaro.
Também estão incluídos ministros como Wagner Rosário (Controladoria Geral da União), Onyx Lorenzoni (Trabalho) e Walter Braga Netto (Defesa), além dos ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e de Relações Exteriores, Ernesto Araújo.
Na manhã desta terça, Renan Calheiros chegou a dizer que pode incluir o ministro da Economia, Paulo Guedes, na lista de indiciados.
Gabinete paralelo
O documento diz que as investigações da CPI comprovaram a existência de um gabinete paralelo, composto por médicos, políticos e empresários.
“O grupo prestava orientações ao Presidente da República sobre o modo como a pandemia da Covid-19 deveria ser enfrentada e participava de decisões sobre políticas públicas, sem que fossem observadas as orientações técnicas do Ministério da Saúde”, concluiu o relator.
Renan defende ainda que o fato dos integrantes do gabinete não ocuparem cargos públicos atrapalhava o planejamento e a execução dos trabalhos de combate à Covid-19, “e dificultava a responsabilização pelos atos praticados”.
O parecer traz ainda que a veiculação de notícias fraudulentas sobre a pandemia contribuíram para que o “objetivo negacionista do Governo Federal fosse alcançado”.
“Não apenas houve omissão dos órgãos oficiais de comunicação no combate aos boatos e à desinformação, como também existiu forte atuação da cúpula do governo, em especial do presidente da República, no fomento à disseminação de fake news”, diz trecho do documento.
* Com informações da CNN Brasil.
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