Música sempre: Festivais, a festa da música brasileira

No primeiro festival, em abril de 1965, Elis Regina foi consagrada com “Arrastão”; Elizeth Cardoso ficou na segunda posição com “Canção de amor que não vem”


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redacao 25/09/2021 18:16 Cultura

Num tempo em que a música para ser consagrada era compartilhada e disputada como uma verdadeira seleção de artistas, os festivais de calouros faziam a festa dos brasileiros e dos próprios artistas emergentes que até o final da década de 60 ocupavam as televisões.

O Festival de Música Popular Brasileira foi um concurso anual de canções originais e inéditas criado em 1965, com base no Festival da Música Italiana, o Festival de Sanremo, tendo sido realizado ininterruptamente até 1969. 

Nomes que hoje consagramos na música brasileira foram revelados nesses eventos sucesso de público e audiência televisiva em todo o País. Tudo começou na extinta TV Excelsior, tendo sido produzido por Manoel Carlos e Solano Ribeiro. A primeira edição do festival teve 1.290 canções inscritas, das quais 36 foram selecionadas para participar das três eliminatórias, que promoviam a disputa de 12 canções por noite.

As Eliminatórias eram feitas nos estúdios da TV Excelsior, em São Paulo e em Petrópolis, no Rio de Janeiro, no auditório do no Hotel Quintandinha. A finalíssima acontecia na TV Excelsior do Rio de Janeiro.

No primeiro festival, em abril de 1965, a música “Arrastão”, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes ganhou o primeiro lugar, interpretada na voz de Elis Regina, e a segunda colocada foi “Canção de amor que não vem”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, interpretada por Elizete Cardoso.

         Elis Regina canta “Arrastão”

 Elizete Cardoso

A partir do sucesso do 1º Festival, a TV Record resolveu também criar o seu festival e em dezembro de 1960 lançava a segunda edição do evento, consolidando os de canções de protestos e fazendo surgir o Tropicalismo. O novo evento teve recorde de 2.635 inscrições. 

A trajetória curta dos festivais da música brasileira, contudo, revelou para o Brasil os interpretes Elis Regina, Caetano Veloso, Milton Nascimento, Ivan Lins, Gilberto Gil, Nara Leão, Rita Lee, Geraldo Vandré e a Jovem Guarda, entre outros nomes, gêneros e ritmos que se consagraram nos anos seguintes.

E, mesmo em um período conturbado por causa das imposições e restrições do Regime Militar, revelou uma cultura que estava meio que escondida dos brasileiros, e artistas dos mais diversos matizes, gêneros e estilos musicais. 

E também revelou músicas e versos, que se tornaram símbolos de uma sociedade que clamava por liberdades, como o verso “Para não dizer que não falei de flores” da música “Caminhando” de Geraldo Vandré. Ela concorreu no 3º lugar, em 1968, pouco antes da vigência do Ato Institucional número 5 (AI-5), instrumento do Regime Militar que decretou censura absoluta aos meios de comunicação e nas manifestações artísticas, sobretudo a música. 

Cantava-se de tudo, desde as “alienadas” dos cantores da Jovem Guarda e Bossa Nova, às “engajadas”, dos artistas da MPB e Tropicália. Falava-se de namoro e ciúmes, sol, mar, carros e beleza, e do lado mais político e social, os aspectos regionais e as lutas de classes. Daí surgiram músicas de protestos como “É proibido proibir”, de Caetano Veloso, em 1968, e apolíticas como “Fio Maravilha” (Jorge Ben) na voz de Maria Alcina.

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