Variante Delta causa sintomas diferentes do coronavírus original; confira quais

Cientistas acreditam que, assim como houve mutações do coronavírus, dando surgimento a variantes como a Delta, também houve alteração nos sintomas da Covid-19 provocados por essas novas cepas. O professor Tim Spector, que dirige o estudo Zoe Covid Symptom, no Reino Unido, diz que o sintoma mais comum da Covid por variante Delta são as dores de cabeça.

Em seguida, os sinais mais significativos de infecção por esta cepa são dor de garganta, coriza (nariz escorrendo) e febre. Alguns sintomas que eram muito pronunciados na versão original do coronavírus são menos prevalentes na variante Delta, como tosse ou de perda de paladar e olfato.

Uma das preocupações das autoridades de saúde é que os novos sintomas da Delta são muito semelhantes aos de um resfriado comum. Por conta disso, muitas pessoas sequer percebem que estão com Covid e deixam de tomar medidas preventivas para impedir o contágio de outras.

“As pessoas podem pensar que acabaram de pegar algum tipo de resfriado sazonal e ainda irem a festas. Elas podem espalhar o vírus para outras seis pessoas. Achamos que isso está alimentando grande parte do problema”, afirma Spector. 

O estudo React, do Imperial College, de Londres, que contou com mais de 1 milhão de participantes na Inglaterra, apontou que, quando a variante Alfa era dominante, havia um amplo leque de sintomas adicionais ligados à Covid-19. Calafrios, perda de apetite, dor de cabeça e dores musculares foram os problemas mais associados à infecção, ao lado dos sintomas clássicos, como febre alta e tosse contínua.

A principal recomendação é que na presença destes sintomas, mesmo sendo parecidos com os da gripe ou do resfriado comuns, a pessoa procure imediamente um serviço de saúde para avaliar a necessidade de fazer um teste para Covid-19.

Cepa dominante

Por ser altamente transmissível, a variante Delta do coronavírus é um dos principais motivos do agravamento recente da pandemia de Covid-19 em países onde a vacinação está avançando bastante. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acredita que a cepa tem potencial para se tornar dominante no mundo nos próximos meses.

No Brasil, a variante foi identificada há cerca de dois meses. A Delta gerou uma segunda onda mortal de infecções na Índia neste ano e também se tornou dominante no Reino Unido, onde responde por 90% dos casos atuais. Já foi identificada em mais de 90 países ao redor mundo, com surtos confirmados nos Estados Unidos, China, África e Ásia.

As autoridades dizem que pessoas com duas doses de vacina têm menos chances de serem hospitalizadas com a variante Delta. Um dos indícios apontados pelo governo do Reino Unido é que houve mais hospitalizações de jovens adultos infectados pela nova cepa – justamente a parcela da população que menos recebeu a segunda dose da vacina.

* Com informações da CNN Brasil.