Informações de fontes que circulam pelo Palácio de Ondina dão conta que o governador Rui Costa (PT) passou a ser pressionado por pessoas próximas a renunciar ao mandato de governador para se lançar ao Senado Federal em 2022. A estratégia seria deixar o atual vice João Leão (PP) à frente do governo nos últimos nove meses do ano, garantindo, assim, a chapa com Jaques Wagner ao governo, Rui Costa ao Senado, restando a vaga de vice para o PSD.
Nada satisfeito
O detalhe, vindo de outro informante do PSD, é que o senador Otto Alencar não estaria nada satisfeito com essa articulação encabeçada pelo PP, que o alijaria do Senado e o colocaria na condição de vice do PT. Otto já teria sinalizado, inclusive, que não quer ocupar a vice-governadoria. Como alternativa, pensaram em colocar o deputado federal Otto Alencar Filho na posição de vice de Wagner, mas isso deixaria o atual senador a ver navios e longe de Brasília.
Otto e Neto
Há quem diga que esse movimento poderia resultar até mesmo num rompimento entre o PSD e o PT, abrindo, assim, espaço para um eventual diálogo entre Otto e ACM Neto em 2022. Óbvio que o democrata não vai ficar esperando esse cenário se consolidar. Neto vai tentar organizar o jogo dele sem esperar Otto e o PSD.
Bruno e o Senado em 2026
O prefeito Bruno Reis (DEM) mal assumiu o comando da prefeitura de Salvador e já tem gente falando que ele pode não concluir um eventual segundo mandato, caso se reeleja daqui a três anos, em 2024. Como a política é a arte de articular no presente e projetar o futuro, a informação que chegou à coluna Vixe essa semana é que o prefeito estaria alimentando o desejo de disputar uma vaga ao Senado na eleição de 2026, abrindo mão para seu próximo vice assumir o comando do palácio Thomé de Souza. Com isso, aumenta o foco sobre quem estará ao seu lado na chapa à reeleição, já que o movimento pode deixar o próximo vice como prefeito por dois anos e como o candidato natural à sua sucessão.
Candidato natural
Um dos nomes apontados como natural para a sucessão de Bruno Reis é do atual secretário de Saúde, Leo Prates, hoje no PDT. Leo, que deve tentar uma vaga na Câmara Federal em 2022, não esconde de ninguém o desejo de assumir o comando do Thomé de Souza. Preparado, ele foi obrigado a abrir mão do projeto de disputar a prefeitura no ano passado devido à pandemia. Como disse no começo dessa nota, na arte da futurologia, só Deus e o tempo dirão qual será o cenário a seguir na estratégia de Leo e Bruno em 2024, 2026…
Comitê eleitoral
Informações chegadas à coluna Vixe dão conta que o ouvidor-geral da Prefeitura de Salvador, Jean Sacramento, e o seu coordenador Max Cardoso Campos, transformaram a Ouvidoria Geral do Município num verdadeiro comitê eleitoral. Pretendendo sair candidato a deputado estadual em 2022, ele recebe lideranças comunitárias com frequência e não se intimida em assediar moralmente os servidores do órgão visando interesses políticos.
Utilização política
Outro que tem sido acusado de utilização política do cargo é o subprefeito do Subúrbio Ferroviário, Marco Aurélio. Essa semana na Câmara o vereador Orlando Palhinha (DEM) elevou o tom para denunciar o subprefeito, que percorreu os bairros oferecendo “soluções para os problemas da área”. “O papel que ele está desempenhando não condiz com o que ele está designado”. Segundo Palhinha, o coordenador prometeu 200 toneladas de asfalto para uma comunidade para julho.
Usurpado
“Ele tem que fazer as visitas durante a semana, com a equipe dele e com a representação do bairro. Me sinto usurpado quando um coordenador de prefeitura-bairro visita uma comunidade dizendo que vai resolver os problemas”, pontuou o parlamentar, ao insinuar que os auxiliares do governo Bruno Reis estavam se utilizando do cargo para tentar colher dividendos políticos em 2022.
Convocação à Câmara
Diante do discurso do vereador Orlando Palhinha, o presidente da Casa, vereador Geraldo Júnior, solicitou que os parlamentares apresentassem um requerimento para convocação dos subprefeitos Marco Aurélio e Fábio da Mata. “A função dos subprefeitos é administrar o bairro com isenção, mas, muitas vezes, eles tomam partido”, pontuou Geraldo.
Todos de olho
Os vereadores Átila do Congo (Patriota) e Ricardo Almeida (PSC) endossaram a fala de Palhinha e questionaram a ação de alguns subprefeitos. “Uma das prerrogativas do subprefeito é administrar o bairro como se fosse uma cidade, mas alguns subprefeitos têm se sentido prefeito”, disse Ricardo Almeida.