‘Está mais que confirmado o crime contra a saúde do povo brasileiro’, avalia Otto sobre depoimentos na CPI

O senador Otto Alencar (PSD), membro titular da CPI da Covid, avaliou, em entrevista ao portal M!, neste sábado (5), as últimas semanas de trabalho da comissão que visa apurar possíveis irregularidades do governo federal no combate à pandemia.

De acordo com o presidente da sigla na Bahia, os depoimentos até agora só confirmam o cometimento de crime contra a saúde do povo brasileiro por parte do governo federal. 

“Todo nosso trabalho com as oitivas foi coroado com o vídeo que saiu ontem [sexta-feira, 4] do Gabinete Paralelo, onde tinha o presidente, Osmar Terra, Nise Yamaguchi e outros negacionistas da vacina. Todos eles com essa história de tratamento precoce para vírus que é um absurdo, uma estupidez científica e médica nunca vista na história da medicina. Isso mostra que está mais que confirmado o crime contra a saúde do povo brasileiro”, comentou.  

No vídeo citado pelo parlamentar Otto, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aparece em uma reunião, no Palácio do Planalto, em que médicos discutem medicamentos ineficazes e lançam dúvidas sobre as vacinas contra a Covid-19. A filmagem foi divulgada pelo site “Metrópoles” e, segundo o portal, a reunião ocorreu em setembro de 2020.

Na entrevista, o pessedista reforçou que a Comissão no Senado já tem provas contundentes que mostram a irresponsabilidade que o governo  do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teve na gestão da pandemia. 

“Nós já temos provas contundentes e eles vão ter que responder por isso. Todas essas mortes são frutos de uma política de saúde errada, equivocada, irresponsável e criminosa do governo federal”, argumentou. 

Pazuello 

Otto Alencar também comentou sobre a estratégia do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no depoimento à CPI. Para o senador, o general foi à Comissão assumir as responsabilidades e “livrar a pele” de Bolsonaro. 

“O Pazuello nem participa do gabinete paralelo. Ele foi apenas um ministro pau-mandado para receber ordem e executar ordens do presidente da República. Ele foi para CPI assumir a responsabilidade para livrar a pele de Bolsonaro e como recompensa ganhou uma não punição no Exército e um cargo na estrutura do Palácio do Planalto para ficar ali acomodado”, avaliou. 

Para próxima semana, a agenda da CPI tem o retorno do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, além da previsão dos depoimento do ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, assim como do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC).