Renan Calheiros diz que CPI da Covid tem provas sobre reuniões de Bolsonaro com ‘gabinete paralelo’
Relator da comissão também defendeu manifestações contra presidente: “As pessoas não aguentam mais”
O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI da Covid, afirmou neste domingo (30), em entrevista à GloboNews, que o colegiado tem provas de que integrantes de um ‘gabinete paralelo’ da saúde se reuniam diariamente com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Esse ‘gabinete’ teria indicado as diretrizes para o enfrentamento da pandemia, entre as quais a adoção do chamado tratamento precoce da Covid, comprovadamente ineficaz.
Calheiros não deu detalhes sobre as provas, mas afirmou que a comissão já tem o número de reuniões feitas por este comitê informal com o presidente da República.
“Acho que já temos muita coisa comprovada com relação à existência do ‘gabinete paralelo’. Já temos até o número de reuniões que eles tiveram. Estamos com vários integrantes dessa consultoria paralela, especialíssima, porque despachava todos os dias com o presidente da República”, disse o senador.
Ele defendeu a convocação do médico e deputado Osmar Terra (MDB-RS), considerado por membros da CPI da Covid como peça-chave deste ‘gabinete paralelo’.
Terra é contrário a medidas de isolamento como forma de conter a expansão da doença. Ele foi uma das primeiras autoridades a lançar a tese da chamada “imunidade de rebanho”, ou seja, a contaminação generalizada como forma de se alcançar a imunização coletiva.
“Ele é deputado, exerce mandato pelo MDB, o meu partido, mas eu sou uma das pessoas que defendem sua convocação, porque ele funcionou o tempo todo como uma espécie de alter ego do governo e como alguém que iria ocupar o ministério da Saúde exatamente para fazer tudo aquilo que o presidente da República imaginava fazer”, afirmou o senador.
“Ele, mais do que qualquer um, como integrante desse governo paralelo, ele precisa depor à CPI sim. Acho muito importante o depoimento dele”, acrescentou.
O G1/TV Globo entrou em contato com o governo. O Palácio do Planalto respondeu que, “enquanto Instituição, não comenta as manifestações de integrantes de outros Poderes”. Terra foi questionado, mas não respondeu até a última atualização desta reportagem.
Favorável às manifestações
O senador Renan Calheiros defendeu as manifestações realizadas no sábado (29) contra o governo Bolsonaro, apesar das aglomerações provocadas.
“As pessoas fizeram essas manifestações no Brasil todo, sobretudo pelo clamor, pela indignação, pela maneira como contrariam essa pulsão do Presidente da República de morte. As pessoas não aguentam mais”, afirmou.
“Acho que ela [a manifestação] não foi feita para aglomerar, ela tem outro significado, é uma passeata a favor da vida, contra a morte, diferentemente do que aquelas que são levadas pelo presidente da República e seus adeptos”, comparou o senador.
Mortes evitáveis
Durante a entrevista, o relator também mencionou que a CPI vai receber um estudo que pretende quantificar o número de mortes que poderiam ter sido evitadas caso o governo tivesse tomado medidas para combater o vírus e inciasse a vacinação da população mais cedo.
O Brasil registrou 1.971 mortes por Covid nas últimas 24h, totalizando 461.142 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos sete dias chegou a 1.836 – maior do que a da véspera. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -4% e indica tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes do coronavírus.
“A CPI encomendou um estudo ao Movimento Alerta, que é composto por entidades respeitadas na vida nacional, que irão à CPI, apresentar esse estudo criterioso, quantificando quantas mortes poderiam ter sido evitadas, quantas vidas poderiam ter sido salvas”, declarou.
“Essa é a grande pergunta que a sociedade nos faz. Os parentes das vítimas, os milhões de pessoas que já tiveram a Covid-19, que sobreviveram, mas que ficaram sequelados, têm direito de saber o que aconteceu”, finalizou Renan Calheiros.
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